Três companhias portuguesas no próximo Festival Mirada, em Santos

Formiga Atómica, Má Criação e Teatro Experimental do Porto levam ao Brasil, respectivamente, O Estado do Mundo (Quando Acordas), Subterrâneo, um Musical Obscuro e G.O.L.P..

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G.O.L.P., co-produção do Teatro Experimental do Porto com o Teatro La María, teve estreia no Chile maglio pérez
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As companhias portuguesas Formiga Atómica, Má Criação e Teatro Experimental do Porto (TEP) vão participar, em Setembro, no Mirada - Festival Ibero-Americano de Artes Cénicas, em Santos, no Brasil, anunciou a organização.

O festival, de periodicidade bienal, incluirá nesta edição 33 espectáculos. Organizado pelo Sesc São Paulo, vai ter lugar entre 5 e 15 de Setembro, tendo desta vez como país homenageado o Peru. Portugal foi o país-tema em 2022.

"O festival apresenta a produção contemporânea de países da América Latina, da Espanha e de Portugal, trazendo à cena uma diversidade de linguagens, temáticas e corpos. Perpassam os trabalhos relações com a natureza e questões indígenas e decoloniais, provocando reflexões sobre violências, género, migrações, deslocamentos e relações de poder", descreve a organização.

A Formiga Atómica vai levar até ao Brasil O Estado do Mundo (Quando Acordas), primeira parte de um díptico em torno da crise ambiental e climática. Na última edição do Mirada, a companhia de Inês Barahona e Miguel Fragata levou ao Mirada o espectáculo A Caminhada dos Elefantes.

"Colocando em cena relações de causa-efeito entre pequenos gestos e grandes consequências, a criação da companhia portuguesa Formiga Atómica questiona até que ponto objectos do nosso quotidiano podem ser responsáveis por grandes catástrofes ambientais", pode ler-se na sinopse publicada pelo Mirada.

Já a Má Criação, numa co-produção com os brasileiros Foguetes Maravilha e Dimenti, apresentará em Santos Subterrâneo, um Musical Obscuro, que nasce da história dos 33 mineiros presos num desabamento no Chile, em 2010.

"Em cena, a imagem de um grupo de pessoas aprisionadas debaixo da terra serve de impulso para falar do mundo que nos rodeia e desafia continuamente com muros, incêndios, bombas e discursos", indica a sinopse.

O TEP sobe ao palco com os chilenos do Teatro La María na peça G.O.L.P., que passou pelo Porto em Abril, na qual as duas companhias reconstituem a História política recente de Portugal e Chile "tal como poderia ter acontecido e não como aconteceu realmente". Na peça, Portugal é a única nação comunista bem-sucedida, com gulags no Alentejo, e o Chile uma democracia em crise que almeja ser o que Portugal conseguiu ser.