Onde estão os autocarros da Jornada Mundial da Juventude?

E quando é que Lisboa vai perceber que a rede de transportes já não dá resposta às necessidades da população?

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MAM Maria Abranches - 11 Maio 2023 - PORTUGAL, Lisboa - Reportagem sobre o funcionamento dos transportes publicos em Lisboa Metro e Carris. Filas e transportes a abarrotar. Campo Grande - Estacao da linha Metro - Linha Verde Maria Abranches
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A 3 de Agosto começaram “os trabalhos para a modernização e aumento da frequência dos comboios” em algumas estações de metro de Lisboa, o que leva ao condicionamento da normal circulação das linhas amarela e verde.

O metro deixa assim de servir estações como a Cidade Universitária e Telheiras, com impacto muito real na vida de milhares de pessoas que dependem do metro para ir trabalhar. São 7h23 e os autocarros já não param no Campo Grande porque já vem cheios das estações de origem.

Quem não tenha hipótese de recorrer a outras alternativas, como transporte próprio, fica a depender dos autocarros. Já em situações anteriores, como o descarrilamento que ocorreu a 24 de Maio no cruzamento da linha verde e amarela — e que levou à indisponibilidade de ambas para garantir a necessária ligação entre as áreas periféricas e o centro da cidade — a resposta foi, no mínimo, medíocre.

Havia apenas alguns funcionários do metro nas plataformas a informar os passageiros que tinham de sair das carruagens, já que o metro não ia fazer a viagem até sua estação de destino. Questionados acerca de alternativas de transporte, não sabiam indicar números de autocarros nem direccionar-nos para outros colegas que tivessem melhor informação, ninguém estava a supervisionar ou gerir a situação dos autocarros o que levou naturalmente a vários desentendimentos, com pessoas a esperar horas para conseguir entrar em algum transporte.

Desta vez, o metro indicou várias alternativas de transporte no seu site, mas não parece ter havido um reforço da rede, apenas foi criado um percurso "vaivém" entre as estações de Telheiras e Campo Grande, mas os restantes autocarros são os mesmos, a diferença é que, nos próximos 15 dias, espera-se que sejam capazes de transportar milhares de pessoas que diariamente usam o metro.

Onde estão os autocarros da Jornada Mundial da Juventude ou os shuttles do Rock in Rio quando os lisboetas precisam deles? Quando é que Lisboa vai perceber que a rede de transportes já não dá resposta às necessidades da população? O 736, que liga Odivelas ao Rossio, chega praticamente vazio ao destino, mas há muitas pessoas que ficam pelo caminho.

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