Greve na EasyJet com adesão de 73% segundo companhia e “próxima dos 100%” segundo sindicato

O sindicato diz que 93% dos voos foram cancelados. A greve mantém-se até “às 24h do dia 17 de Agosto”, segundo o pré-aviso de greve dos tripulantes portugueses.

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O sindicato acusa a EasyJet de ignorar as várias tentativas de resolução de questões laborais ALBERT GEA
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A greve na EasyJet está a registar uma adesão de 73%, segundo a companhia, mas o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) aponta para um nível "próximo dos 100%", com "93% dos voos cancelados".

Numa nota enviada à agência Lusa, a EasyJet refere que, "até ao momento, a adesão à greve da tripulação tem sido de 73%", salientando que "a maioria dos voos programados para hoje serão realizados no período da tarde, o que pode influenciar positivamente estes números ao longo do dia"."Para referência, temos oito voos agendados para a manhã e 22 para a tarde", detalhou.

Contactada pela Lusa, Ana Dias, do SNPVAC, apontou, contudo, um nível de adesão à greve "próximo dos 100%, porque 93% dos voos já foram cancelados, sem contar com os serviços mínimos".

"Agora temos ainda 18 ligações nestes três dias [de greve] que poderão ser canceladas ou não, dependendo do resto da adesão dos tripulantes", acrescentou.

Relativamente aos 73% de adesão avançados pela Easyjet, a responsável sindical disse que "só se estiverem a contar com os voos operados por outros tripulantes de outras bases", mas salientou que "eles não estão em greve, quem está em greve são os tripulantes portugueses". "Ou então estão a contar com os serviços mínimos...Não sei bem que contas são essas", disse.

A greve convocada pelo SNPVAC na companhia aérea EasyJet arrancou esta quinta-feira e pode, até sábado, afectar os voos da transportadora aérea.

O SNPVAC convocou três dias de greve para todos os voos realizados pela EasyJet, bem como para os demais serviços a que os tripulantes de cabine estão adstritos, "cujas horas de apresentação ocorram em território nacional com início às 00h01 do dia 15 de Agosto e fim às 24h do dia 17 de Agosto", segundo o pré-aviso entregue no dia 31 de Julho.

Assim, um voo que tenha origem fora de Portugal, com destino, por exemplo, a Lisboa e regresso à base de origem não está abrangido pelo pré-aviso de greve.

A EasyJet, por sua vez, disse que planeia operar 62% dos voos programados com origem ou destino em Portugal antes da greve de tripulantes de cabine, o que inclui os não abrangidos pelo pré-aviso de greve.

"Devido a esta acção de greve desnecessária, a EasyJet teve de cancelar alguns voos do seu programa. No entanto, a companhia aérea planeia operar 62% do seu programa de voos em Portugal durante o período da greve", referiu, numa nota enviada à Lusa.

Questionada pela Lusa, a EasyJet esclareceu que "os 62% referem-se à operação original de voos programados com origem ou destino em Portugal antes da greve", ou seja, "a companhia prevê operar 62% dos voos originalmente programados que tocam em Portugal".

"Entre 15, 16 e 17 de Agosto, estávamos a planear 1.138 voos de e para Portugal, mas tivemos de cancelar 232 voos devido à greve. Isto significa que, de e para Portugal, estamos a planear voar 906 voos", disse a transportadora.

O SNPVAC apelou para o "bom senso da empresa, para que possa ceder nas justas reivindicações dos seus trabalhadores" e que "em vez de cancelar voos em série encontre soluções para evitar" a greve.

A greve foi aprovada em assembleia-geral, com 99% de votos a favor, e o sindicato acusa a empresa de ignorar as várias tentativas de resolução de questões laborais, entre as quais a falta de pessoal e o aumento do número de horas de trabalho.

A companhia adiantou que os clientes dos voos cancelados já foram contactados e que terão direito a um reembolso ou à transferência gratuita para um novo voo.

A EasyJet aconselhou ainda os clientes que viajam de e para Portugal no período da greve a verificar o estado dos seus voos.