Palcos da semana: do Taboão à Caparica, por artes de filmes, Identidades e brindes
Chaves acolhe um “festival rural”, Paredes de Coura faz jus à fama e a costa põe-se ao Sol da Caparica, enquanto Palmela prova jazz e Lisboa vai (ou melhor, sai) ao cinema.
Fértil em memórias
É já este domingo que Paredes de Coura começa a sentir a vibração do festival onde, provavelmente, mais momentos memoráveis – e até históricos – se registaram, fosse pelo encontro com novos fenómenos, fosse pelo reencontro com bandas que ali foram felizes, fosse pelo regresso de veteranos acarinhados.
O aquecimento Sobe à Vila até terça, ao ritmo de We Know a Place, Scúru Fitchádu, Classe Crua e outros. Na quarta-feira, a acção muda-se, então, para o anfiteatro natural à beira do rio Taboão plantado.
O terreno da 31.ª edição está preparado para receber André 3000, Killer Mike, Sampha, Model/Actriz, First Breath After Coma com Noiserv e a Banda de Música de Mateus, L’Impératrice, Sleater-Kinney, Slow J, Idles, Girl In Red, Cat Power, Nouvelle Vague, Fontaines D.C., The Jesus and Mary Chain e muitos mais.
Chaves para Identidades, naturalmente
Um “festival rural tecido pelas mãos de gentes da terra”, movido pelo culto à natureza, sem paciência para multidões e adepto de cartazes “onde a world abraça a folk, a dança baila com o clássico e flirta com a electrónica”. É o que se lê no convite do 11.º Identidades.
A este palco raiano subirão, vindos de Espanha, o power trio de jazz-punk Gilipojazz, o gaiteiro urbano-moderno Isidro Vidal e a Itacaband com as suas explosões festivas e engajadas. Deste lado da fronteira, a comitiva inclui o caldeirão de folia que é a Kumpania Algazarra, o “rock world progressivo” dos Fadomorse, o rock satírico-desenfreado de Baleia Baleia Baleia e ainda a Orquestra de Sopros da Academia de Artes de Chaves, Luís Pedreira e Bandidos da Serra, entre outros.
Por isso vamos para a costa
Mais um ano, mais uma volta ao Sol da Caparica, o festival nascido do nome e do espírito da canção-clássico-de-Verão que os Peste & Sida deram a Portugal em fins dos anos 1980. Chegado à nona edição e continuando à sombra da lusofonia, prepara-se para receber Calema, Karetus, Celeste Mariposa, Fogo Fogo, Rui Veloso, Bateu Matou, Os Quatro e Meia, Xutos & Pontapés, Capicua, Linda Martini, HMB e muitos outros.
O cartaz flui em quatro palcos, um deles com comédia a abrir (cortesia de Dário Guerreiro, Luana do Bem, João Pinto, Beatriz Gosta e outros convocados por Diogo Batáguas, o curador), e outro, o Almada, pautado por projectos locais. As crianças voltam a ter uma atenção especial: o último dia é orientado para elas e suas famílias.
A jazzar e a brindar
A caminho do Castelo de Palmela vai um festival de harmonização. Jazz e vinho conjugam-se no Palmela Wine Jazz, que parte para a décima edição com Iiolanda, Maria João & Carlos Bica Quarteto, Eugénia Contente Trio e Anna Lundqvist Lisboa Cinco como anfitriões musicais.
Para brindar aos concertos de fim de tarde, há provas comentadas, degustações, um wine bar e uma feira fornecida por nove produtores da Península de Setúbal, lado a lado com outros sabores da região como queijo, azeite e doçaria. Está também prevista uma caminhada e uma conversa sobre As Mulheres no Vinho e nas Artes.
Está a tela estendida
Nas noites quentes de Lisboa, sabe bem afundar o corpo numa espreguiçadeira de lona, pegar num pacotinho de pipocas e ficar a ver um filme, num terraço ou à beira-Tejo, com todas as vantagens do contexto ao ar livre e com o descanso de consciência que é saber que não se contribui para a poluição sonora, já que o som chega por auscultadores.
As projecções são proporcionadas pelo ciclo Cine Society, que começou em Maio e se prolonga Outono adentro, com sessões quase sempre esgotadas, mas ainda com lugares para muitas de Agosto. As próximas incluem O Diabo Veste Prada, O Sacrifício de Um Cervo Sagrado, O Lado Selvagem, O Silêncio dos Inocentes, Green Book - Um Guia para a Vida, Quase Famosos e La La Land: Melodia de Amor.