Woodkid volta a acusar Donald Trump de uso indevido da sua música

O músico francês não autorizou o uso da sua canção Run boy run num vídeo que o candidato à presidência dos Estados Unidos publicou originalmente na sua rede social, Truth Social, em Novembro.

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Woodkid não quer que Donald Trump use a sua música Nuno Alexandre
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Em Novembro passado, um vídeo da campanha de Donald Trump às presidenciais dos Estados Unidos deste ano exibia o ex-presidente em poses de Estado e imagens de apoiantes, militares e outros retratos americanos "inspiradores". Tudo ao som de Run boy run, canção do francês Woodkid editada originalmente em 2012. O vídeo foi publicado na rede social Truth Social, pertença do próprio Trump. Woodkid reagiu então publicamente, dizendo que não autorizara o uso da sua canção num anúncio político.

Volvido mais de meio ano, e após Donald Trump ter republicado o vídeo na mesma rede social esta segunda-feira, Yoann Lemoine, o verdadeiro nome do músico, voltou a sublinhar no X (ex-Twitter) que se distancia de tal utilização. "Mais uma vez, nunca dei permissão para o uso da minha música naquele filme", pode ler-se. "Run boy run é um hino LGBT+ escrito por mim, um orgulhoso músico LGBT+. Quão irónico", continua. Por fim, instiga a sua editora, a Universal Music, a "reagir e a não ser cúmplice" de Trump e da sua campanha.

O texto publicado em Novembro do ano passado, também no X, dizia: "Obviamente, não alinho com isto nem a nível humano nem a nível político, e estou desanimado (...). Quero também repetir que escrevi esta canção em 2012 enquanto jovem homem gay, como uma chamada à emancipação – e com esperança, inspiração – para jovens miúdos LGTQI+." Trump tem também usado a canção em comícios.

Mas este não é um acontecimento inédito. São inúmeros os músicos que se distanciaram de Trump após o ex-presidente ter usado as suas obras, sem autorização, em vídeos ou comícios. Entre eles estão Neil Young, os R.E.M., os Rolling Stones, Adele ou, já no início deste ano, Johnny Marr, dos Smiths.

Quanto a Woodkid, também já tivera de se insurgir contra o facto de esta mesma canção ter sido usada em 2016 pela Manif pour tous, uma manifestação anti-casamento gay. Nessa altura, disse que talvez fosse "o lado Idade Média" da sua música que apelava aos promotores da manifestação. Em 2021, pronunciou-se igualmente contra o uso da canção pelo movimento Génération Zemmour, de apoio ao candidato de extrema-direita às presidenciais francesas Eric Zemmour.

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