Bolsas abrem em forte queda nos EUA com receios de recessão

Mercados accionistas nos EUA acompanham descida já registada na Ásia e na Europa, num ambiente marcado pelos receios de uma recessão na economia mundial.

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Bolsa de Nova Iorque abriu com ambiente negativo JUSTIN LANE / LUSA

Depois de uma queda quase recorde no Japão e de uma descida generalizada dos índices bolsistas na Europa, os mercados accionistas norte-americanos abriram as suas sessões com desvalorizações acentuadas, confirmando o ambiente negativo que se vive entre os investidores, assustados com a ameaça de uma recessão na economia mundial.

Logo no arranque das negociações, a seguir à hora de almoço na Europa, as bolsas nos EUA registaram quebras acentuadas nas suas cotações. O índice Dow Jones, o mais relevante para as empresas norte-americanas de maior dimensão, registava, de acordo com a agência Reuters, uma descida de 681 pontos, ou 1,71%, logo nos primeiros minutos da sessão.

O índice S&P 500, que engloba um número mais significativo de empresas, caia 3,66% e a queda era especialmente expressiva no índice Nasdaq, que agrega as empresas do sector tecnológico e que apresentava uma perda de 6,34%.

Confirma-se assim a expectativa existente desde o início da manhã de que este irá ser um dia particularmente difícil para aqueles que investem em acções um pouco por todo o mundo.

Logo de madrugada, as bolsas asiáticas, as primeiras a iniciar a sessão, revelaram que o ambiente era de considerável pessimismo. No Japão, um recorde negativo esteve perto de ser alcançado, quando o principal índice da bolsa de Tóquio fechou a sessão com uma queda de 12,4%, o pior resultado diário desde a famosa “segunda-feira negra” de Outubro de 1987.

Na Europa, logo desde o início da sessão, os índices estão a negociar aos níveis mais baixos dos últimos seis meses, com quedas que, tanto na Alemanha, como em França e Inglaterra, são ao início da tarde próximas de 2%. Em Lisboa, a descida do principal índice é ligeiramente superior a 2%.

O ambiente negativo é justificado pelos analistas com os receios de uma recessão na economia mundial que se instalaram entre os investidores depois de serem conhecidos os mais recentes dados do emprego nos Estados Unidos na passada sexta-feira.

Ficou a saber-se que, em Julho, foram criados na economia norte-americana 114 mil empregos, um número que ficou muito abaixo dos 175 mil que eram esperados e que conduziu a que se registasse uma subida da taxa de desemprego de 4,1% para 4,3%.

Os investidores temem que esta seja uma viragem repentina para pior na economia norte-americana provocada pelo período já longo de taxas de juro altas. Devido à preocupação com a inflação, a Reserva Federal optou por ainda não começar a descer as taxas de juro, que colocou num intervalo situado entre os 5,25% e os 5,5%.

Agora a expectativa é a de que a Fed faça um primeiro corte já na próxima reunião, agendada para Setembro, mas nos mercados domina agora a ideia de que a autoridade monetária pode estar a agir já tarde demais, podendo não conseguir evitar uma recessão na maior economia do planeta.

Num cenário como esse, a reacção dos investidores é reduzir as suas posições nos mercados accionistas, colocando antes o seu dinheiro em obrigações (que podem valorizar-se num cenário de descida das taxas de juro) ou em activos vistos como mais seguros, como o ouro.

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