Edimburgo, o Mars e o Nessie
“Surpreendentemente bela, com luminosidade própria e um ambiente carismático, entrou para o meu top 3 de cidades europeias”, escreve a leitora Ana Cebola Poeiras.
Escrevo com 35 graus Celsius, no tórrido Alentejo, e um saudosismo invernal.
Edimburgo. Edinburgh, surpreendentemente bela, com luminosidade própria e um ambiente carismático, entrou para o meu top 3 de cidades europeias. Cores que não passam despercebidas, montras de lojas fotogénicas e os cemitérios infinitos, a cidade é como uma ode a Sherlock Holmes e Harry Potter de tweed a contracenarem juntos. Mas deixemo-nos de divagações.
Pela primeira vez numa viagem fiz um free walking tour, e valeu cada libra. Oito da noite, noite cerrada, parca chuva transformada em flocos, e muitos segredos por desvendar. Foi um ghost walking tour, para ser mais precisa, com histórias mirabolantes, dignas de os mais cépticos acreditarem no conto. Terminou no cemitério Greyfriars (onde se encontra Voldemort sepultado!), visitado à luz do dia seguinte para dissipar qualquer temor.
Apesar de ser Inverno e haver pouca probabilidade, o sol apareceu nos quatro dias seguintes, tornando a cidade ainda mais alegre. Todos os pontos turísticos mereceram a visita, assim como os recantos descobertos por acaso, tal como o café Red Cockerel, a espraiar-se para o jardim cemitério de Cuthbert (mais um), ou a escadaria Vennel, mirone para o castelo. E a ovelha Dolly, a própria, no Museu Nacional da Escócia, gratuito, também merece uma visita.
De gastronomia deixo aqui referência ao haggis, iguaria de estômago de ovelha recheado de vísceras, muito agradável; e ao Mars frito (sim, é mesmo o chocolate!). Aquela bomba calórica que até seria boa se não fosse frita no óleo do peixe (leia-se fish and chips, comprado nos estabelecimentos com o mesmo nome e o mesmo paladar — um bónus).
Houve ainda tempo para um dia nas Highlands e um passeio de barco pelo lago Ness, mas ficará para uma próxima história. Quem sabe não escreva sobre o monstro.
Conto voltar, nem que seja para dar uma segunda oportunidade ao Mars, ou (re)visitar o Nessie.
Ana Cebola Poeiras (texto e fotos)