Primeiro Centro de Atendimento Clínico do país abre no centro de saúde de Sete Rios

Ideia é assegurar uma resposta rápida a doentes menos graves que venham a ser referenciados pelo SNS 24 e pelo próprio Santa Maria. Prevê-se que sejam atendidos entre 80 a 100 doentes no novo serviço.

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O novo centro clínico servirá os doentes menos graves que venham a ser referenciados pelo SNS 24 e pelas urgências centrais do Santa Maria (na foto) Miguel Manso (arquivo)
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O primeiro Centro de Atendimento Clínico do país abre esta quinta-feira no centro de Saúde de Sete Rios, em Lisboa, e destina-se aos casos menos urgentes referenciados pelo SNS 24 e pelo serviço de urgência do Hospital Santa Maria.

A criação de centros de atendimento clínico (CAC) para atender situações agudas de menor complexidade e urgência, que funcionarão como "coroa de protecção" aos serviços de urgência hospitalares, consta do Plano de Emergência e Transformação na Saúde do Governo.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) de Santa Maria, Carlos Martins, afirmou que a instituição respondeu afirmativamente ao desafio que lhe foi colocado e conseguiu adaptar umas instalações de 150 metros quadrados no centro de saúde de Sete Rios.

"É um espaço com muita dignidade, com muitas condições de bem-estar, sobretudo, para os nossos cidadãos, mas também para os profissionais", disse Carlos Martins, adiantando que o CAC tem "as condições adequadas em termos de rampa, em termos de porta e em termos de acesso da ambulância".

Segundo o administrador hospitalar, o centro de atendimento clínico, que é inaugurado na presença da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, destina-se sobretudo à referenciação do SNS 24 e à referenciação do serviço de urgência central do Hospital Santa Maria dos casos referenciados como "verdes e azuis" (não urgentes), "procurando dar uma resposta em menos de 30 minutos", o que não acontece na urgência hospitalar.

"É uma alternativa para evitar tempos de espera inadequados e para evitar também um acesso à nossa urgência central de Santa Maria inadequada", realçou.

O Centro de Atendimento Clínico vai funcionar todos os dias da semana, entre as 8h00 e as 20h00, com a possibilidade de prolongar duas horas depois das 20h00 no caso de estar algum doente na sala de espera ou chegar em cima da hora do encerramento, explicou. "Quem estiver às 20h00 para ser atendido ou quem chega às 20h00 será naturalmente atendido, seja pelo corpo clínico, seja pelos técnicos de diagnóstico e, portanto, sairá para casa tranquilamente com o diagnóstico feito", disse Carlos Martins.

Entre 80 a 100 doentes por dia

O espaço dispõe de uma sala de espera com atendimento directo, três gabinetes médicos, um gabinete de enfermagem, um gabinete de triagem que funcionará a meio de Agosto.

Terá por turno três médicos, dois enfermeiros, dois técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, um assistente técnico, um secretariado administrativo e um técnico de auxiliar de saúde e, em termos de diagnóstico, dispõe de raio x, análises clínicas e electrocardiograma.

Questionado sobre quantos doentes poderão ser atendidos diariamente, Carlos Martins disse estimar uma média de 80 a 100 utentes e, "nalguns dias, eventualmente 120". Estes números têm como base a casuística dos casos verdes e azuis triados na urgência do Santa Maria e da referenciação do SNS 24 nos últimos meses e da comparação com o período de verão em 2023.

A ministra da Saúde avançou na audição na comissão parlamentar da Saúde, no dia 10 de Julho, que o centro clínico de atendimento visa retirar das urgências os casos que não são efectivamente urgentes, adiantando que esta solução será idêntica àquela que irá também funcionar no Hospital da Prelada, no Porto.

Ana Paula Martins reconheceu que muitas pessoas recorrem aos serviços de urgência por não terem resposta nos centros de saúde e, por isso, espera que estes centros clínicos possam retirar das urgências os casos não urgentes. Explicou ainda que estes centros clínicos de atendimento irão observar os doentes e encaminhá-los para os cuidados de saúde primários ou para consultas hospitalares.

O Governo tem como objectivo dar um médico de família a 1,7 milhões de cidadãos que não o têm, um objectivo que a ministra reconheceu não poder ser alcançado "a breve trecho".