Cátia Azevedo leva mala “cheia de sonhos” para os 400 metros

A atleta de 30 anos vai para a sua terceira participação olímpica com a ambição da final de atletismo, na prova de 400 metros. Admite partir com sonhos e quer regressar com boas recordações.

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Cátia Azevedo no Campeonato do Mundo em Londres, 2017 SRDJAN SUKI / LUSA
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A atleta Cátia Azevedo leva, esta quinta-feira, uma mala "cheia de sonhos" para os Jogos Olímpicos Paris 2024 e espera regressar com "recordações e aprendizagens boas", querendo melhorar o 17º lugar de Tóquio 2020 e ambicionando a final.

"Sendo os meus terceiros Jogos, a minha expectativa é melhorar a minha classificação de 2021, que foi o 17º lugar. Ambiciono uma final olímpica, sei que é complicado, mas temos visto que a nossa comitiva está pronta para fazer coisas complicadas. Somos do tamanho dos nossos sonhos e eu sonho muito. Sinto muito apoio e acho que isso nos faz ir mais além. Espero uma final olímpica e o meu recorde nacional", realçou a atleta.

No aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a atleta dos 400 metros, que é detentora do recorde nacional, com 50.59 segundos, espera ainda que França a surpreenda e que ela surpreenda a França, após ter revelado que não gosta de competir em solo gaulês.

"Espero sair feliz. Vou com uma mala cheia de sonhos e espero vir com uma mala cheia de recordações e de aprendizagens boas", atirou, destacando ainda o trabalho de um Comité Olímpico de Portugal, "que organizou tudo ao pormenor e que pensa em tudo".

A World Athletics, federação internacional de atletismo, anunciou na quarta-feira que o prazo de obtenção de mínimos para a participação nos Campeonatos do Mundo de Tóquio 2025 começa já esta quinta-feira, o que inclui as marcas já obtidas nestes Jogos Olímpicos.

"Sinceramente, passo a passo. Quero acabar Paris 2024 e pensar em Tóquio 2025 talvez a partir de Setembro. Se vier, óptimo. Eu estou a valer recorde nacional. Se a marca de qualificação para Tóquio 2025 é 50.75 e se eu fizer o recorde nacional, um mais um dá dois. Não está o objectivo delineado para isso, mas se um objectivo vier, o outro vem. É algo que espero, mas não é o meu objectivo principal", considerou a atleta do Sporting.

Cátia Azevedo sofreu este ano a primeira lesão da carreira, aos 30 anos, entre Abril e Maio, o que a deixou "mais desconfortável", mas garantiu que está mais bem preparada.

"Uma pessoa que nunca teve uma lesão, que se acha a última bolacha do pacote e que nada lhe acontece... aconteceu este ano. Eu competi menos vezes, o que me deixou um bocadinho mais desconfortável, mas consegui, neste último mês, mudar o meu chip e estar no chip Cátia Azevedo com garra e ambição. Apesar das várias contrariedades durante a preparação, saio mais bem preparada ainda", assegurou ainda, aos jornalistas.

Enfermeira de profissão, que concilia com o alto rendimento, Cátia Azevedo disse que esse é o seu sonho e que tem mantido a chama da paixão pelo atletismo "bem acesa".

"Ser enfermeira deu-me muito mais aprendizagem e força para ser uma melhor atleta. Os meus doentes são espectaculares e tenho uma equipa fabulosa, que nos dá valores como não valorizar tanto uma derrota. Ser enfermeira sempre foi um sonho para mim. A paixão alimenta-nos, mas às vezes há mais um fogo ardente e outras vezes está mais apagado. A enfermagem tem mantido a chama do atletismo muito acesa", expressou.

A prova feminina dos 400 metros tem início às 10h55 de segunda-feira, 5 de Agosto, com a primeira ronda, seguindo-se a prova de repescagem no dia seguinte, às 10h20. As meias-finais acontecem na quarta-feira, às 19h45, com a final marcada para 9 de Agosto, às 19h00.