Jorge Fonseca não conseguiu entrar em “modo monstro”

O português ficou-se pelo primeiro combate nos Jogos de Paris, mas promete continuar até Los Angeles.

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Jorge Fonseca, judoca português HUGO DELGADO / LUSA
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Jorge Fonseca ficou isento da primeira ronda na categoria -100kg e teve de esperar a manhã inteira para entrar no tatami olímpico de Paris. Depois de cumpridos todos os combates da ronda inicial, o português avançou para o tapete, onde teria pela frente Aaron Wolf, o japonês campeão olímpico de Tóquio. Com o português, dá sempre para perceber o seu estado de espírito pela sua linguagem corporal, mas este não era um dia em que Jorge Fonseca estava em “modo monstro”.

Era o que ele precisava para abater Wolf dos Jogos. O português aguentou os quatro minutos mais em modo defensivo e acabou por ceder mesmo no final do tempo regulamentar, falhando na sua campanha para conseguir mais uma medalha olímpica – fora bronze em Tóquio há três anos. Como o próprio disse, não foi um monstro e não conseguiu defender o monstro japonês.

“Tentei ser um Jorge mais velho, mais experiente, não ser aquele Jorge de começar a lutar, bum bum bum… Infelizmente o japonês foi mais inteligente do que eu, fez aquilo que é de um verdadeiro campeão. Sabendo que estou a lutar com um monstro, tenho de defender o monstro para poder ganhar ao monstro”, disse o judoca português no final, ele que precisou de alguns minutos para processar o fim da sua campanha em Paris. “Era o meu sonho, era o meu sonho”, dizia, ainda com os microfones desligados.

“Não era o resultado que estava à espera. Trabalhei imenso para isto, infelizmente perdi, é continuar a trabalhar por outros objectivos. Ele é campeão olimpico, estudou-me bem, meti ataques fortes e ele defendeu-se bem, fui para dar tudo, ele bateu o meu judo e eu tentei sobreviver. Não foi um problema, judo é isto, campeão olimpico é isto, não lutei com uma pessoa qualquer, é levantar a cabeça”, analisou.

Este não foi o fim da carreira olímpica de Jorge Fonseca. Palavra do próprio. “Los Angeles? Espero bem que sim, tenho 31 anos e espero continuar por muito tempo”, foi a garantia que deixou, com uma ressalva: “Passei por muitas lesões, passei por momentos muito difíceis, foi um ano de muita frustração, levantei a cabeça e treinei muito.”

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