Banquete de Emmanuel Macron para Carlos III em Versalhes custou 475 mil euros

O jantar aconteceu a 20 de Setembro de 2023, a propósito da visita de Estado de Carlos III a França. A ementa incluiu lagosta e champanhe francês.

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Carlos III e Emmanuel Macron no banquete em Versalhes Reuters/POOL
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O banquete dado pelo Presidente francês Emmanuel Macron a Carlos III no Palácio de Versalhes custou 475 mil euros, avança o jornal Politico, que cita a auditoria anual ao Palácio de Eliseu. “Um jantar decadente” é como a publicação define o serão a propósito da visita de Estado do rei inglês, que foi o jantar mais caro do ano para a república francesa, que ultrapassou em 8,3 milhões de euros o orçamento previsto, com uma despesa total de 125 milhões.

Foram convidadas mais de 150 pessoas, incluindo o presidente da LVMH, Bernard Arnault, ou o roqueiro britânico Mick Jagger, para o grandioso jantar na Sala dos Espelhos, em que Emmanuel e Brigitte Macron foram anfitriões.

A ementa acompanhou o luxo da ocasião, com lagosta e caranguejo, evocando o gosto do rei Luís XIV, que mandou construir o exuberante palácio. Para prato principal: frango do campo marinado em champanhe com cogumelos franceses gratinados. A acompanhar a refeição, vinhos e champanhe francês, além de uma selecção de queijos de França e de Inglaterra. A sobremesa foi macaron com sorvete de rosas e líchia.

Feitas as contas, a degustação custou 474.851 euros: foram 166.193 para comida e 42.512 para as bebidas. Na auditoria, ficou por detalhar a decoração da mesa de 60 metros que acolheu os 150 convidados ou o pagamento das equipas de catering, uma vez que a cozinha do Palácio do Eliseu estava a ser renovada e foi preciso recorrer a fornecedores externos.

A celebração ficou completa com os brindes de champanhe francês com Carlos III a mostrar-se “sensibilizado” com a generosidade de Macron em recebê-los. “A vossa generosidade de espírito traz-me à memória o modo como eu e a minha família ficámos muito comovidos com as homenagens prestadas em França à minha mãe, a falecida rainha”, declarou.

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Mesa de jantar em Versalhes Reuters/Pool

“Apesar do 'Brexit', e porque os nossos laços são tão antigos, sei que continuaremos a escrever juntos parte da história do nosso continente”, sublinhou, por sua vez, o líder francês. Ao lado, estavam a rainha Camila e a primeira-dama, que vestiram moda francesa — Dior e Louis Vuitton, respectivamente —, custos que também ficaram de fora das contas.

Mas o jantar para Carlos III não foi a única despesa avultada de Macron com visitas de Estado. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, foi recebido no Museu do Louvre, em Julho de 2023, com uma visita pessoal guiada por Macron, seguida de um banquete. No total, foram gastos 412 mil euros.

“A França mantém um elevado nível de relações diplomáticas com numerosos países e organiza eventos quando recebe chefes de Estado”, justificou o Palácio do Eliseu à agência AFP, garantindo que levaram muito a sério as recomendações de reduzir custos por parte dos auditores que pediram “proactividade” neste campo. “Maiores esforços para antecipar os acontecimentos e para controlar as despesas com viagens e entretenimento”, lê-se no relatório da auditoria.

As viagens de Macron terão levado o Estado a perder 830 mil euros, por culpa do cancelamento de 12 voos não reembolsáveis. Só uma viagem à Alemanha, cancelada em Julho de 2023, provocou uma perda de quase 500 mil euros, principalmente devido aos custos de transporte e alojamento.

A notícia das despesas de Macron surgem ao mesmo tempo que Paris recebe os Jogos Olímpicos, que deverão custar entre três e cinco mil milhões para o erário público francês, estimava em Março deste ano o presidente do tribunal de contas, Pierre Moscovi.

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