Taxa mista já representa um quarto da carteira de crédito à habitação
Taxa média dos novos empréstimos caiu ligeiramente para 3,59% e volume de novo crédito também diminuiu, eventualmente à espera da garantia pública.
Já não é novidade que a taxa mista é a opção mais utilizada nos novos créditos à habitação, remetendo para segunda posição a escolha do regime variável, ou associado às taxas Euribor. Mas a mudança impressiona. Em Junho, 78,1% dos novos empréstimos à habitação foram contratados a taxa mista (taxa de juro fixa num período inicial do contrato, seguido de taxa variável), acima de 76,1% de Maio.
A aposta recente nas taxas mistas tem impacto na composição da carteira do crédito à habitação, passando já a representar 25,7% do stock em Junho, quando era de 6,4% em Dezembro de 2022, segundo os dados revelados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).
A opção por taxas mistas, mais baixas do que as variáveis, ou associadas às taxas Euribor, influencia a queda da taxa média dos novos empréstimos, que diminuiu 0,02 pontos percentuais em Junho, para 3,59%. Esta taxa é inferior à taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação, que passou de 3,71%, em Maio, para 3,68% em Junho, porque neste valor entram as renegociações de crédito, onde a taxa média é mais elevada, situando-se nos 4,03%, menos 0,04 pontos percentuais face ao mês anterior.
O montante de novos empréstimos para a compra de casa reduziu-se em 178 milhões de euros em Junho, fixando-se em 1934 milhões de euros.
A espera pela entrada em vigor da garantia pública criada pelo Governo para os jovens poderem aceder a 100% do crédito à habitação poderá explicar parte da queda no volume de novos empréstimos. Ainda não há informação sobre o arranque da medida, inicialmente prometida para 1 de Agosto.