Juros no conjunto dos créditos à habitação caem pelo quinto mês

Prestação média da casa estava nos 404 euros a nível nacional em Junho. Valor ainda está 43 euros acima do registado um ano antes.

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Em 2023, houve 106.300 avaliações de casas pelos peritos que trabalham com as instituições bancárias Manuel Roberto
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Os custos de financiamento praticados pelos bancos comerciais portugueses nos contratos de crédito à habitação diminuíram pelo quinto mês consecutivo, reflectindo a descida progressiva das taxas Euribor e a crescente escolha dos clientes para o modelo de taxas mistas (com uma taxa fixa, mais baixa, nos primeiros anos, seguida de uma taxa variável mais à frente, aí sim, indexada à Euribor).

A taxa implícita do conjunto dos contratos que estavam em vigor em Junho baixou para 4,513%, quando em Maio a média estava nos 4,556% (4,3 pontos-base acima), indicam dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Nos contratos celebrados nos últimos três meses (Abril, Maio e Junho), “a taxa de juro desceu pelo oitavo mês, passando de 3,845% em Maio para 3,729% em Junho”, diz o INE numa síntese sobre a evolução do crédito à habitação.

As taxas de juro atingiram um máximo histórico em Janeiro deste ano (de 4,657%) e, desde que começaram a recuar, a partir de Fevereiro, a diminuição acumulada é de 14,4 pontos-base (ou 0,144 pontos percentuais).

Dentro de todo o financiamento destinado à habitação, a fatia mais relevante diz respeito aos créditos concedidos pelos bancos para a compra de habitação (também há construção de habitação e obras de reabilitação) e, relativamente à mais importante, a taxa é ligeiramente superior. Ficou nos 4,474% em Junho e também baixou pelo quinto mês consecutivo.

A metodologia usada pelo INE para medir a taxa de juro implícita no crédito à habitação “reflecte a relação entre os juros totais vencidos no mês de referência [neste caso, em Junho deste ano] e o capital em dívida no início desse mês (antes de amortização).”

Apesar de se verificar um recuo nas taxas, a prestação média em Junho (do conjunto dos contratos para habitação, independentemente da razão do financiamento) “fixou-se em 404 euros, o mesmo valor de Maio de 2024 e 43 euros acima do registado em Junho de 2023 (361 euros), o que traduz uma variação mensal nula (tal como no mês anterior).”

A parcela dos juros, diz o INE, representou 61% da prestação média em Junho (245 euros) enquanto o capital amortizado representou 39% (159 euros).

Como resultado de médio prazo do agravamento das taxas de juro do BCE e do seu reflexo nas taxas Euribor (antes da tendência contrária que agora se observa), os juros assumem hoje um peso superior ao que se verificava há um ano (Junho de 2023), em que só 53% da prestação a pagar ao banco se devia à fatia dos juros.

Nos contratos celebrados nos últimos três meses, “o valor médio da prestação desceu seis euros face ao mês anterior, para 597 euros em Junho, o que corresponde a uma descida de 2% face ao mesmo mês do ano anterior.”

Em Junho, indica o INE, o capital médio em dívida da totalidade dos contratos “subiu 355 euros face ao mês anterior, fixando-se em 66.279 euros” e, nos contratos celebrados entre Abril e Junho, o valor médio em dívida estava nos 125.942 euros, mais 1426 euros do que em Maio.

Outros dados divulgados na quinta-feira pelo INE mostram que a compra de habitações baixou no ano passado, com o número de vendas de imóveis destinados ao alojamento a passar para 136.499, o valor mais baixo em seis anos (é o pior registo desde 2017). A queda foi de 18,7% em relação a 2022.

Os peritos que fazem avaliações bancárias para as instituições financeiras durante os processos de negociação de concessão de crédito realizaram “aproximadamente 106.300 avaliações”, uma redução de 11,3% face a 2022, abaixo da quebra nas transacções, nota o INE.

Relativamente aos preços, os dados anuais do INE indicam que o preço “mediano de alojamentos familiares em Portugal foi de 1611 euros por metro quadrado, o que significou um aumento de 8,6% por comparação a 2022. “O preço mediano da habitação manteve-se acima do valor nacional nas sub-regiões da Grande Lisboa (2740 euros por metro quadrado), Algarve (2 613 euros por metro quadrado), Península de Setúbal (1901 euros por metro quadrado), Região Autónoma da Madeira (1889 euros por metro quadrado) e Área Metropolitana do Porto (1800 euros por metro quadrado).”

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