Djaimilia Pereira de Almeida vence Grande Prémio de Romance APE

Em Toda a Ferida é uma Beleza o júri distingue “uma novela que faz da brevidade o lugar do mistério e da poesia”.

Foto
Djaimilia Pereira de Almeida teve a sua estreia literária em 2015, com Esse Cabelo Nuno Ferreira Santos
Ouça este artigo
00:00
01:48

Toda a Ferida é uma Beleza, de Djaimilia Pereira de Almeida, é o vencedor do Grande Prémio Romance e Novela 2023. O prémio, atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores e patrocinado pela Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), distinguiu a autora de Esse Cabelo (Relógio d'Água, 2020) ou Luanda, Lisboa, Paraíso (Companhia das Letras, 2018).

Constituído por Carina Infante do Carmo, Carlos Mendes de Sousa, Cândido Oliveira Martins, Cristina Robalo Cordeiro e Francisco Topa, coordenado por José Manuel de Vasconcelos, o júri nota, no excerto da acta citado no comunicado de anúncio do vencedor do prémio, que, “na sequência de uma longa discussão sobre a similar qualidade de um conjunto heterogéneo de romances”, decidiu “privilegiar uma novela que faz da brevidade o lugar do mistério e da poesia: na contenção da sua escrita reside o essencial da estranheza de um mundo ao mesmo tempo ingénuo e cruel, infantil e adulto. E o leitor é levado, pelas palavras tanto quanto pelos desenhos, ao reino de uma impiedosa fantasia, além do real”.

Toda a Ferida é uma Beleza, editado pela Relógio d’Água em Junho do ano passado, obra em que o texto surge acompanhado de ilustrações assinadas por Isabel Baraona, acompanha uma criança, Maria, que luta para que o seu prazer pela escrita e o seu olhar luminoso perante a vida não sejam cerceados pela rigidez conformista e cruel da madrinha. "As autoras lançam-se à descoberta do mais misterioso dos mistérios, o de saber como é que uma menina se diverte", assim arranca a sinopse divulgada pela editora.

O prémio tem um valor de 15 mil euros e contou, este ano, com os patrocínios da DGLAB, da Câmara Municipal de Grândola, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto Camões. No ano passado, foi atribuído a Lídia Jorge, por Misericórdia.