Banhos e pesca proibidos no Douro devido a descarga poluente após incêndio no Porto

Trabalhos de contenção de descargas em cursos de água começaram depois do incêndio e mantêm-se nesta terça-feira. Já foram retirados 35 metros cúbicos de materiais poluentes das águas.

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A grossa coluna de fumo que se formou sobre o complexo era visível a vários quilómetros de distância Tiago Bernardo Lopes
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Os banhos e a pesca lúdica foram hoje proibidos por precaução entre o cais de cimentos e a foz do Douro, no Porto, devido à descarga de materiais poluentes na Ribeira da Granja provocada pelo incêndio na Auto Sueco, que pertence ao grupo Nors.

“Foi publicado um edital que proíbe os banhos e a pesca lúdica em toda a extensão, desde o cais de cimentos [perto do restaurante Casa d’Oro] até à foz do Rio Douro por precaução”, afirmou hoje o capitão do Porto e comandante local da Polícia Marítima do Douro e Leixões.

Aos jornalistas, no Largo do Calém, onde decorrem os trabalhos de limpeza das águas devido à descarga de materiais poluentes do incêndio ocorrido na segunda-feira na zona industrial do Porto, Silva Lampreia afirmou que a proibição “não afecta nenhuma praia fluvial”. A proibição abrange uma extensão de cerca de 2,7 quilómetros.

A Câmara do Porto está a tentar minimizar os efeitos da descarga de materiais poluentes na foz da Ribeira da Granja e consequentemente no rio Douro, estimando concluir os trabalhos de limpeza na quarta-feira.

Também aos jornalistas, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, esclareceu que o impacto está contido na foz da Ribeira da Granja, onde barreiras de contenção e meios de sucção estão a evitar que a descarga poluente chegue ao rio Douro. "Para já, a situação está contida", afirmou o vice-presidente, acrescentando que até ao momento foram retirados 35 metros cúbicos de materiais poluentes das águas.

O incêndio na Auto Sueco, na zona industrial do Porto, foi dado como extinto ao final da tarde de segunda-feira, mas os problemas não ficaram por aí. Pelas 19h30, a empresa municipal Águas e Energia do Porto foi alertada para uma descarga na ribeira da Granja, que continha materiais poluentes. Os trabalhos de contenção deste material, que teve origem no incêndio que devorou o complexo de Ramalde, continuavam nesta terça-feira, informou a Câmara Municipal do Porto (CMP).

Desde logo, o município sabia que, por causa da “quantidade de água utilizada no [combate ao] incêndio”, poderia haver problemas que chegassem a ribeiras do Porto pelo sistema de águas pluviais, disse Filipe Araújo.

“Assim que foi conhecida a descarga, foram imediatamente mobilizados meios da empresa municipal Águas e Energia do Porto para o local, que, conjuntamente com a Autoridade Marítima, estão a tentar minimizar os efeitos do derrame, na foz da ribeira da Granja e, consequentemente, no rio Douro”, informou a CMP, em comunicado.

O alerta para o incêndio que provocou o colapso da cobertura de grande parte do complexo de Ramalde foi dado às 13h40 de segunda-feira e não houve vítimas a registar. Ainda não foram adiantadas as causas do incidente que obrigou ao corte de várias vias na zona industrial do Porto.

Já nesta terça-feira, em comunicado, o Grupo Nors, informou que a “larga maioria das cerca de 140 pessoas que trabalham nos escritórios e armazéns das três empresas ontem afectadas está desde hoje a trabalhar em dois edifícios do grupo”, na Rua Manuel Pinto de Azevedo. A excepção vai para os trabalhadores dos armazéns que ficaram destruídos: tiveram dispensa de apresentação, mas continuam a receber remuneração, assegura a empresa.

Notícia actualizada às 15h20 com informação sobre interdição de pesca e banhos no Rio Douro.