Camas de cartão, não. Comitiva portuguesa dorme em camas inteligentes na Vila Olímpica

Comitiva portuguesa é a única que vai repousar nas camas que monitorizam a qualidade de sono e a frequência cardíaca, entre outros. Fora da Vila Olímpica, os atletas vão repousar em camas normais.

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Edifícios da Vila Olímpica dos Jogos de Paris Benoit Tessier / REUTERS
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A comitiva portuguesa nos Jogos Olímpicos de Paris vai ser a única que não vai dormir nas tão faladas camas de cartão da Vila Olímpica. A informação foi confirmada ao PÚBLICO por Mónica Araújo, directora de marketing da Ergomotion, a empresa que desenvolveu as camas inteligentes e ajustáveis onde vão repousar os atletas lusos.

As camas incluem um sistema de terapia de vibração, um sistema anti-ronco e permitem ajustar a posição de pernas, cabeça e costas, detalha a empresa em comunicado. Mónica Araújo explica que a adaptabilidade da cama facilita a estabilização da circulação sanguínea dos atletas, a diminuição da pressão na coluna vertebral e promove o relaxamento na hora de dormir.

Além disso, há um sensor na base da cama que permite monitorizar a qualidade de sono, a frequência cardíaca e respiratória, assim como as calorias queimadas durante o sono. “Os atletas usam gadgets de monitorização. A cama é mais um gadget”, refere a directora de Marketing da Ergomotion, acrescentando que a tecnologia permite aos atletas dispensarem outros aparelhos de monitorização quando se deitam.

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Story de Instagram publicado pela ciclista Raquel Queirós DR
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Story de Instagram publicado pelo atleta de ténis de mesa Tiago Apolónia DR

Apesar de haver mais de 70 atletas portugueses a competir nos Jogos Olímpicos de Paris, só 62 camas foram colocadas na Vila Olímpica. O número aparentemente insuficiente prende-se com o facto de nem todos os atletas ficarem a repousar na Vila Olímpica, como é o caso, por exemplo, dos atletas de surf. Como também existem vários atletas que não vão residir na Vila Olímpica nos mesmos dias, há camas que podem ser utilizadas por vários atletas em períodos alternados.

Fora da Vila, devido a uma “decisão logística”, estas camas não estarão disponíveis. “Tendo em conta o timing em que a parceria [entre Ergomotion e o Comité Olímpico de Portugal] aconteceu, logisticamente, para o Comité, não era possível fazer chegar as camas às outras localidades”, explica Mónica Araújo. As 62 camas foram oferecidas pela Ergomotion ao COP, mas a directora de marketing detalhou que o valor das camas, colchão e almofadas, ronda os 200 mil euros.

As camas inteligentes que vão ser utilizadas pelos atletas olímpicos já estão “no mercado desde 2022”. A directora de marketing da Ergomotion explica que o facto de terem criado um produto direccionado a um público mais activo, desportivo, foi o que motivou a parceria com o COP.

A comitiva portuguesa não é a primeira a utilizar este tipo de camas inteligentes nuns Jogos Olímpicos. Nos Jogos de Pequim, em 2008, os atletas chineses foram os únicos a utilizarem este tipo de camas, como é o caso dos portugueses nestes Jogos.

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