Quinze mortos e mais de 150 desaparecidos em naufrágio com migrantes na costa da Mauritânia
Cerca de 300 pessoas estavam a bordo de uma embarcação que tinha saído da Gâmbia com destino à Europa, segundo a Organização Internacional das Migrações.
Pelo menos 15 pessoas morreram na segunda-feira num naufrágio na costa da Mauritânia, perto da capital, Nouakchott, enquanto estavam a caminho da Europa, de acordo com um comunicado da Organização Internacional das Migrações (OIM).
Cerca de 300 pessoas estavam a bordo da pequena embarcação de pesca, que estava há sete dias no mar. Segundo a organização da ONU, o barco vinha da Gâmbia, país mais a sul, e dirigia-se para a Europa, através da rota de migração do Atlântico Oeste.
"Estamos profundamente tristes com a morte de 15 migrantes e com o desaparecimento no mar de mais de 195 pessoas, depois de um barco se ter virado em Nouakchott", escreveu a OIM nas redes sociais.
Segundo o comunicado publicado no seu site, "120 pessoas foram resgatadas pela Guarda Costeira da Mauritânia, enquanto prosseguem os esforços para localizar os desaparecidos", lê-se, sendo que dez dos resgatados foram enviados para o hospital e outros quatro eram crianças não acompanhadas.
Ibba Sarr, um vendedor de peixe num mercado à beira-mar em Nouakchott, contou à Reuters que os ventos fortes que se fizeram nos dois dias anteriores levaram vários corpos para perto da costa, tendo assistido à recolha de cerca de 30 corpos na praia.
“Seguramente outros corpos sem vida serão descobertos nos próximos dois dias”, disse à Reuters.
À Agência France Presse, um membro da guarda costeira da Mauritânia afirmou anonimamente que pelo menos 25 corpos foram recuperados e que 103 pessoas tinham sido resgatadas, enquanto muitas estavam desaparecidas.
No início deste mês, um outro naufrágio com migrantes tinha provocado a morte de, pelo menos, 89 pessoas ao largo da costa da Mauritânia. No dia 19, mais de 200 desembarcaram na Gran Canária, a maior ilha do arquipélago espanhol.
Neste ano, segundo a OIM, só entre o dia 1 de Janeiro e o dia 15 de Julho, mais de 19.700 pessoas chegaram às costas das ilhas Canárias, o destino para a maioria dos migrantes que arriscam embarcar nesta rota. Em 2023, no mesmo período, chegaram ao mesmo local 7590 migrantes, havendo um crescimento de mais de 160% em 2024.
Segundo a ONG espanhola Caminando Fronteras, 2023 foi o ano com mais mortes de sempre de migrantes na rota do Atlântico Oeste, registando-se a morte de 6007 pessoas que tentaram chegar às ilhas Canárias. Ao todo, morreram no mar 6118 pessoas a tentarem chegar a Espanha, o equivalente à morte de 18 pessoas por dia.