Três Tristes Tigres e um solitário tanguero no FMM

De sábado a segunda-feira, o Festival Músicas do Mundo teve as suas primeiras noites em Porto Covo. Levamos connosco os concertos de Três Tristes Tigres, Melingo e La Muchacha y el Proprio Junte.

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Ana Deus, Três Tristes Tigres: um caso singular na música portuguesa NUNO PINTO FERNANDES/cortesia FMM
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A colombiana La Muchacha, música vinda das entranhas e furiosamente implicada cortesia FFM
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Melingo, o tanguero boémio mario pires/cortesia FFM
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As canções dos Três Tristes Tigres, quando as escutamos ao vivo, parecem (ainda mais) organismos vivos, animais selvagens que Ana Deus e Alexandre Soares tentam, em vão, domesticar. A guitarra dele, ansiosa e tocada como se as cordas pudessem queimar-lhe as mãos, os dedos sempre a fugirem ao longo do braço do instrumento, a voz dela, líquida e ondulante, como se as palavras de Regina Guimarães resistissem a pousar nos mesmos sítios e a assentar nas mesmas exactas melodias. E, depois, os finais de cada tema, pouco definitivos, provável sinal de que os ensaios não são muitos para uma banda (com seis elementos em palco) com uma agenda irregular, mas que têm sempre a aparência de coincidir com o momento em que Alexandre Soares, exigindo sangue, vertigem, delírio e frenesim da guitarra, desiste, por fim, de tentar domar aquelas notas e aqueles versos, rendendo-se. É sempre a canção que vence. Felizmente.

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