Acções da Ryanair tombam mais de 17% após apresentação de resultados

Companhia aérea de baixo custo, com operação em Portugal, anunciou esta segunda-feira ao mercado uma queda de 46% nos lucros do primeiro trimestre.

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Ryanair voa para Portugal Nelson Garrido
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A companhia aérea irlandesa Ryanair registou esta segunda-feira uma perda de mais de 17% no valor das suas acções cotadas na bolsa irlandesa. A sessão encerrou com os títulos da empresa a perder 17,15%, para 16,63 euros. Face ao fecho da sessão de sexta-feira passada, cada acção da Ryanair perdeu assim 2,82 euros na negociação desta segunda-feira.

A queda das acções na negociação desta manhã ocorre depois da companhia aérea de baixo custo ter anunciado os seus resultados relativos ao primeiro trimestre do seu ano fiscal, iniciado em Abril.

Nos três primeiros meses do seu exercício, a Ryanair registou um resultado líquido após impostos (ou lucro) de 360 milhões de euros, o que representa uma queda de 46% face a igual período do exercício anterior.

Em comunicado enviado às redacções na manhã desta segunda-feira, a companhia aérea afirma que houve um “crescimento forte do tráfego (de 10%), para 55,5 milhões de passageiros”.

Mas esse desempenho foi acompanhado pelo facto de parte do período de férias da Páscoa ter calhado, este ano, em final de Março (fim-de-semana de 29, 30 e 31 de Março) o que, para a Ryanair, significou consolidar esses resultados no último trimestre do ano fiscal passado – uma vez que este exercício, para a empresa britânica, começou a 1 de Abril de 2024. Em 2023, a Páscoa foi celebrada em Abril, o que condiciona assim a leitura dos números homólogos para todos os operadores de viagens e turismo este ano.

Na nota divulgada esta segunda-feira, a gestão da Ryanair afirma ainda que os resultados trimestrais, em comparação com o período homólogo de 2023, foram penalizados por “tarifas aéreas mais baixas do que o previsto” no trimestre em causa. Citado na comunicação, Michael O’Leary, presidente executivo do grupo de aviação, reconhece que houve mais concorrência de preços do “que o esperado” pela empresa, no período em análise.

Segundo os dados da companhia divulgados esta segunda-feira, a tarifa média registada pela companhia no primeiro trimestre foi de 41,93 euros, uma descida de 15% face aos 49,07 euros obtidos no trimestre homólogo.

Entre Abril e Junho passados, a Ryanair registou receitas de 3,63 mil milhões de euros, uma diminuição de 1% por comparação com os 3,65 mil milhões de euros consolidados um ano antes.

Os custos operacionais aumentaram 11%, para 3,26 mil milhões de euros, “ligeiramente acima do crescimento do tráfego”, com os custos laborais e da operação (por causa do atraso da Boeing em entregar aviões, diz a Ryanair) a serem compensados pelas poupanças geradas na gestão dos custos de combustível.

Sobre a restante evolução do exercício actual (de 2024-2025, que terminará no final de Março do próximo ano), a gestão liderada por O’Leary afirma: “Como é normal nesta altura do ano, temos uma visibilidade quase nula sobre o terceiro e quarto trimestres [do actual exercício da empresa]", embora o quarto trimestre (ou seja, o período de Janeiro a Março de 2025) já "não vá beneficiar da Páscoa antecipada" como este ano. Em 2025, a Páscoa está calendarizada nos dias 18, 19 e 20 de Abril.

No entanto, o presidente da empresa reconhece que “embora a procura no segundo trimestre [Julho a Setembro de 2024] seja forte, os preços [das viagens aéreas, fonte de receita da companhia] continuam a ser mais baixos do que esperávamos e prevemos agora que as tarifas do segundo trimestre sejam substancialmente mais baixas do que no Verão passado”. Anteriormente, a companhia tinha uma previsão, para o mesmo período, de preços “estáveis ou ligeiramente mais altos” do que no Verão de 2023.

Notícia actualizada às 17h05, com o valor de fecho das acções da Ryanair, após o encerramento da negociação diária em bolsa.

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