Microsoft diz que falha informática global afectou 8,5 milhões de computadores

Empresa afirma que apagão informático atingiu “menos de 1% das máquinas Windows”. Aeroportos de todo o mundo foram regressando à normalidade ao longo do dia.

Foto
Máquinas de check-in desactivadas no aeroporto de Melbourne, na Austrália, este sábado JAMES ROSS / EPA
Ouça este artigo
00:00
03:03

A falha informática global ocorrida na sexta-feira nos sistemas operativos Windows da Microsoft afectou cerca de 8,5 milhões de computadores — "menos de 1% de todas as máquinas Windows" —, segundo um balanço divulgado este sábado pela empresa.

"Embora a percentagem seja pequena, os relevantes impactos económicos e sociais verificados reflectem a utilização do CrowdStrike por empresas que gerem muitos serviços críticos", explicou a Microsoft.

Na origem da falha informática, que teve impacto nos serviços de transportes, nomeadamente aeroportos, nos media ou nos mercados financeiros, esteve uma actualização defeituosa do software da CrowdStrike para o sistema operativo Windows, da Microsoft.

Na sexta-feira, o presidente executivo da Crowdstrike, George Kurtz, pediu publicamente desculpas "a todas as organizações, grupos e indivíduos que foram afectados".

Do lado da Microsoft, o vice-presidente do grupo empresarial, David Weston, disse que o incidente "estava fora do controle da Microsoft" e que foram mobilizados centenas de engenheiros e especialistas para ajudar as organizações afectadas.

Aeroportos e outros serviços voltam à normalidade após falha informática

Em França, os aeroportos de Roissy e Orly, os dois principais pontos de entrada das delegações estrangeiras para os Jogos Olímpicos de Paris, que se iniciam na próxima sexta-feira, estiveram sob particular atenção.

“A situação voltou ao normal em todos os aeroportos de França”, garantiu este sábado o ministro dos Transportes francês, Patrice Vergriete, nas redes sociais.

De um modo geral, a situação dá sinais de melhoria nos céus em todo o mundo, segundo a agência France-Presse (AFP).

Na sexta-feira à noite, muitos aeroportos asiáticos apresentavam uma actividade “normal” ou “quase normal”, nomeadamente na Coreia do Sul, Singapura, Nova Zelândia, Hong Kong e Filipinas.

No entanto, persistem alguns “problemas residuais” que provocaram atrasos em Sydney; no Japão, “cinco voos” operados pela companhia aérea de baixo custo Jetstar tiveram ainda atrasos neste sábado.

O aeroporto internacional de Berlim, o mais afectado na Alemanha, está a funcionar quase normalmente. No entanto, alguns passageiros continuam a não poder utilizar as máquinas de check-in, devido às “sequelas ocorridas nas companhias aéreas”, e têm de recorrer aos balcões para solucionarem a situação, disse à AFP um porta-voz do aeroporto.

Nos Estados Unidos, os serviços de emergência de pelo menos três Estados foram afectados e 2400 voos foram cancelados na sexta-feira.

“De acordo com as informações de que dispomos, os voos foram retomados em todo o país, mas subsiste um certo congestionamento”, disse aos jornalistas um funcionário do Governo norte-americano. Cerca de 1280 voos permaneciam cancelados ao início do dia de sábado nos Estados Unidos.

Numa nota publicada online este sábado, a CrowdStrike explicou que na quinta-feira à noite tinha lançado uma actualização para o Windows que provocou “uma falha do sistema e um ecrã azul”. Esta actualização foi corrigida ao fim de 78 minutos, segundo a empresa, que publicou ainda conselhos para correcção do problema.