Pais Antunes quer maior representação da imigração e movimentos inorgânicos no CES

“Hoje em dia, existe um nível muito significativo de inorganicidade na sociedade” e que existem “movimentos muito fortes que não estão agrupados nas gavetas tradicionais”, defende presidente do CES.

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Luís Pais Antunes preside ao CES Mario Lopes Pereira
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O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Luís Pais Antunes, diz que é “fundamental” ter uma maior representação da sociedade do que aquela que existe actualmente no plenário deste organismo.

Em entrevista à agência Lusa, a primeira que dá desde que tomou posse, Luís Pais Antunes afirmou que o CES deve procurar ser “sempre uma fotografia” da sociedade, “tão nítida quanto possível” e reconhece que hoje em dia há sectores que estão sub-representados no plenário desta instituição.

“Apesar de terem sido dados alguns passos importantes na aproximação do CES à sociedade civil, acho que o Conselho ainda está muito afastado da sociedade”, explicou Pais Antunes.

Questionado sobre que sectores têm pouca ou nenhuma representação neste Conselho, o presidente deu o exemplo dos imigrantes que actualmente representam uma fatia importante da força de trabalho em Portugal.

“Seria fundamental ter uma maior representação do que aquela que existe c, que é a área de imigração”, refere o líder do CES que admite que é um processo que terá de ser desencadeado já pelo novo plenário.

O plenário do CES é um órgão que alberga 78 conselheiros que representam várias entidades e sectores da sociedade, desde o Governo, passando pelas organizações sindicais e patronais, até entidades do sector cooperativo, autarquias, profissões liberais, universidades, etc.

Trazer para dentro do CES os imigrantes não é a única ambição de Pais Antunes que também quer atrair para a organização a que preside alguns movimentos inorgânicos que, nalguns casos, “são muito visíveis e têm um grande impacto, mas têm zero representação”.

“Acho que nós temos que encontrar uma forma de integrar alguma dessa inorganicidade também no universo de uma organização como o CES”, explicou o novo presidente que tomou posse no início deste mês, sucedendo neste cargo a Francisco Assis.

Pais Antunes reconhece que “hoje em dia, existe um nível muito significativo de inorganicidade na sociedade” e que existem “movimentos muito fortes que não estão agrupados nas gavetas tradicionais”. Movimentos que quer trazer para o CES.

Estes movimentos inorgânicos, na opinião do presidente, podem vir a integrar o CES através de sindicatos, de associações ou de outro tipo de organizações.

Apesar desta abertura para integrar representantes de imigrantes e de movimentos inorgânicos no organismo a que preside, o antigo secretário de Estado do Trabalho refere que não se pode cair no erro de aumentar muito o número de conselheiros que integram o plenário.

“Não podemos cair no erro que, a certa altura, em França se caiu, em que já havia centenas de membros no Conselho Económico e Social. Depois afecta a própria eficiência da organização”, alerta.

“Admito que, da mesma forma que há sectores que estão sub-representados, haverá sectores que estão sobre representados, em que se justifica uma representação quantitativa menor”, conclui.