Palcos da semana: com Chanel, Portátil e blues, vamos a Sines e à Mêda

Os próximos dias trazem músicas do mundo em Sines, Coco Chanel, Além da Moda em Cascais, mais Porto Blues Fest, o regresso do Mêda+ e uma digressão pela Porta dos Fundos.

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Inês Aires Pereira com Gregório Duvivier em Portátil Raquel Pellicano
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O nigeriano Adédèjì actua no Festival de Músicas do Mundo de Sines Carolina Vallejo/One World Records
,Festival de Blues de Sierre
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Justina Lee Brown participa no Porto Blues Fest DR
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Chanel no seu apartamento no Ritz, ao telefone – uma das fotografias exibidas em Coco Chanel, Além da Moda François Kollar
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Bateu Matou, uma das bandas a ver no regressado Mêda+ Paulo Segadães
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Guião para quê? É Portátil à portuguesa

Nas últimas investidas às salas portuguesas com Portátil, a Porta dos Fundos juntou Inês Aires Pereira à sua equação improvisadora de sucesso. A química foi imediata e a repetição era inevitável: é com a actriz portuguesa que a trupe brasileira vem dar mais espectáculo(s).

Para além dessa química – e do elenco, cenários, guarda-roupa… – tudo o resto é irrepetível. Cada sessão fica à mercê da sua própria audiência, a quem cabe lançar os dados e, depois, ver como se safam daquela história os humoristas-actores Gregório Duvivier, João Vicente de Castro, Gustavo Miranda, o pianista-cúmplice Andrés Giraldo e sua cúmplice lusa.

Para eles, “fazer com a Inês é um presente”, até porque “ela acaba fazendo graça em cima da nossa ignorância”, lembra Duvivier, citado pela nota de imprensa. Para ela, “é tão assustador e tremendamente difícil como compensador” isto de inventar algo para o público como se estivesse “a ver um momento guionado, uma imagem, um timing, uma entrega pensada”.

O mundo à vista

Com a promessa de 43 concertos representativos de 27 países de quatro continentes, o 24.º Festival de Músicas do Mundo de Sines está em marcha desde sábado, em Porto Covo, onde ainda ficará mais uns dias antes de atingir a velocidade de cruzeiro ao subir ao Castelo de Sines, palco com vista para o mar e para esse mundo de sons que faz desta a maior festa do género em Portugal.

É para lá que se dirige a comitiva em que alinham o samba-reggae da brasileira Margareth Menezes, o one man show francês Mezerg, a voz do nosso Salvador Sobral, o activismo da porto-riquenha Ileana Cabra, o son do cubano Eliades Ochoa, o roots-reggae-jazz dos jamaicano-americanos Groundation, a Yoruba Odyssey do nigeriano Adédèjì e o Reencanto da cabo-verdiana Mayra Andrade, entre muitos, muitos outros.

À volta da música gravitam exposições, danças, conversas, contos, arruadas, desporto, ateliês para crianças (orientados pelos artistas), actividades para bebés, oficinas e a habitual feira do disco, do livro e do cartaz.

Concha cheia de blues

A Concha Acústica dos Jardins do Palácio de Cristal torna a acolher “alguns dos maiores nomes nacionais e internacionais do blues contemporâneo”, palavra da organização do Porto Blues Fest.

Os ecos desta sétima edição vêm, no primeiro dia, de Little Orange & Mr Shuffle (ou Sérgio Laranjo e Jorge Oliveira), de Wax & Boogie (com Ivan Singh como convidado) e da nigeriana Justina Lee Brown com o álbum Lost Child; no segundo, é a vez dos rockabillies The Dixie Boys, da guitarra do irlandês Dom Martin e, também nestas cordas, do fenómeno americano “King" Solomon Hicks.

À volta dos concertos, há exposições, feiras de discos e livros, acções formativas e, em jeito de aperitivo, no dia 25 de Julho, um salto às escadarias do Bolhão e outro ao metro da Trindade, cortesia da Academia de Guitarra do Porto (às 17h e 18h30, respectivamente).

Chanel sem fronteiras

Na exposição recém-inaugurada no Centro Cultural de Cascais, há vestuário e acessórios timbrados pela elegância da revolucionária e ultra-influente marca de alta-costura francesa. E avista-se Gabrielle Bonheur “Coco” Chanel (1883-1971) pela lente de fotógrafos como André Kertész, Man Ray ou François Kollar. Mas não estamos perante um mero retrato da criadora, nem da maison. A intenção é mostrar, como manda o título, Coco Chanel, Além da Moda.

Revela, por exemplo, a interacção com movimentos artísticos da época, através de obras de Salvador Dalí, Apel.les Fenosa, Josep María Sert ou Pablo Picasso. Manifesta-se também no papel que Chanel que teve enquanto mecenas, musa e, “ainda mais importante”, frisa a curadora, Maria Toral, na folha de sala, “uma figura-chave na transformação do que estava formalmente estabelecido até então, transcendendo as fronteiras da moda”.

Vai à Mêda!

Fora do radar dos grandes festivais, chegam convites como este, vindo da cidade “onde o Douro encontra a serra” e onde (re)encontramos o Mêda+, enraizado na ligação à comunidade local e apostado na amena escuta de uma boa selecção de bandas nacionais – e sem cobrar entrada nem campismo. Já não se realizava desde 2018, o que o torna ainda mais apetecível.

Venha então daí a décima edição, com oito actuações por dia, repartidas por três palcos – Pé em Riste, Mercado e Mêda+ – onde toca gente como Vaiapraia, José Pinhal Post Mortem Experience, Samba sem Fronteiras, Hause Plants, Bateu Matou, Baleia Baleia Baleia, Filipe Karlsson, Filipe Karlsson ou Alex D’Alva Teixeira.

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