BE não concorda com Orçamento de um Governo “a leste do país real”

A líder do BE comentou as reuniões entre os partidos parlamentares e o Governo, sobre Orçamento do Estado para 2025, que se realizaram na sexta-feira.

Foto
Mariana Mortágua esteve em Amarante, este sábado NFS Nuno Ferreira Santos
Ouça este artigo
00:00
01:42

A coordenadora do Bloco de Esquerda disse, este sábado, em Amarante, que o partido não concorda com um Orçamento de Estado de um Governo que “está a leste do país real”.

“É um Governo que está a leste do país real. Por isso mesmo, o BE não pode concordar com o caminho que tem sido traçado e isso estende-se ao Orçamento”, afirmou a dirigente, em declarações aos jornalistas, quando questionada sobre a primeira ronda negocial do Governo com os partidos sobre o Orçamento de Estado para 2025, realizada na sexta-feira.

Falando quando visitava o Festival Mimo, que decorre este fim-de-semana em Amarante, no distrito do Porto, a líder do BE assinalou que o partido irá apresentar alterações ao Orçamento de Estado, sinalizando o interesse de participar no processo orçamental, como sempre participa.

“Mas fazemos uma análise do caminho que o Governo escolheu, que é de protecção dos donos de Portugal, de privilégio, que não reconhece o país que tem, o povo que tem e as suas dificuldades”, sinalizou.

Para Mariana Mortágua, “a visão que este Orçamento terá é de um programa da direita, o programa do PSD para o país”, em que “as principais escolhas até agora são a privatização do SNS”, a “ausência de qualquer resposta para a habitação”, uma “política fiscal injusta que privilegia quem está em cima, quem mais recebe e não o povo”.

Por isso, reafirmou aos jornalistas, é preciso trabalhar em alternativas na política, constituindo o BE “uma alternativa a este Governo de direita”.

“Não trocamos essa alternativa, essa visão alternativa do mundo e do país por três ou quatro pequenas medidas no orçamento”, avisou.

Mesmo que essas pequenas medidas sejam aprovadas “isso não apaga o carácter de privilégio e de desigualdades que este Orçamento e que esta escolha vem imprimir no país”, concluiu.