Venezuela: Conselho Eleitoral denuncia “prisões arbitrárias, represálias e intimidações” na campanha

Maior partido da oposição denuncia “sequestro” do chefe de segurança da sua fundadora, María Corina. Há 102 detidos por darem apoio aos líderes do Vamos Venezuela, 77 desde que começou a campanha.

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A campanha eleitoral começou no dia 4. As eleições são a 28 de Julho Leonardo Fernandez Viloria / REUTERS
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O reitor titular do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Juan Carlos Delpino, repudia os “actos excessivos” que as forças de segurança do Estado estão a pôr em prática contra cidadãos durante os eventos de campanha do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, e María Corina Machado, no interior do país.

“Impedir o pacífico desenrolar de actos de campanha com prisões arbitrárias, obstáculos à livre circulação, represálias e intimidações atenta contra o exercício dos direitos políticos”, afirmou o responsável pelo processo eleitoral para as presidenciais de 28 de Julho, citado pelo El País.

Delpino apelou a que “se mantenha o clima pacífico e a igualdade na propaganda eleitoral”, e garantiu que a inviolabilidade e o sigilo do voto estão garantidos. “É essencial para uma eleição livre e justa", afirmou.

Esta quarta-feira, o Vamos Venezuela, o partido dos maiores adversários de Maduro, denunciou nas redes sociais o “sequestro” do chefe de segurança de María Corina Machado, a fundadora e candidata afastada pelas autoridades.

“Esta madrugada, funcionários do regime entraram à força na vivenda onde se encontrava [Milciades Ávila], violando todos os procedimentos legais. Exigimos a sua libertação imediata!”, lê-se no tweet do partido no X.

Na terça-feira, o Fórum Penal denunciou existirem nesta altura 102 pessoas detidas por prestarem serviço ou apoio às iniciativas de campanha de María Corina Machado e Edmundo González no interior do país.

Em conferência de imprensa, esta organização não-governamental (ONG) afirmou que 77 detenções ocorreram após 4 de Julho, data de início da campanha eleitoral, e que a maioria dos detidos foi entretanto libertada.

Também foram registados 26 casos de assédio e 20 casos de violação da liberdade de imprensa.

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