Armani confiante numa “solução positiva” para a investigação italiana antitrust

A autoridade da concorrência do país está a investigar o grupo de luxo por alegadamente ter enganado os consumidores em relação ao seu compromisso social e com o trabalho artesanal.

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Em Abril, o Tribunal de Milão nomeou um comissário para gerir uma empresa detida por Giorgio Armani JASON LEE/REUTERS
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O Grupo Armani declarou estar confiante numa “solução positiva”, depois de a autoridade da concorrência do país ter afirmado que estava a investigar o grupo de luxo por alegadamente ter enganado os consumidores em relação ao seu compromisso social e com o trabalho artesanal.

A investigação da autoridade antitrust segue-se a uma investigação do Ministério Público de Milão aos fornecedores do Grupo Armani, acusados de terem explorado trabalhadores para produzir carteiras para a marca de moda na China. As fiscalizações às fábricas foram efectuadas nesta terça-feira, informou a agência governamental, sem adiantar os resultados das auditorias.

Em Abril, o Tribunal de Milão nomeou um comissário para gerir uma empresa detida por Giorgio Armani devido a acusações de que o grupo de moda estava a “falhar culposamente” na supervisão adequada dos seus fornecedores. O Grupo Armani afirmou na altura que sempre procurou “minimizar os abusos na cadeia de abastecimento”.

Nesta quarta-feira, a Armani declara, em comunicado, que “as empresas envolvidas estão totalmente empenhadas em cooperar com as autoridades, acreditam que as alegações não têm mérito e estão confiantes num resultado positivo após a investigação”.

A par da Armani, a investigação também inclui a Dior, propriedade do conglomerado francês LVMH, que produz nas mesmas fábricas. “As empresas Armani e Dior podem ter feito alegações falsas em matéria de responsabilidade ética e social, nomeadamente no que diz respeito às condições de trabalho e ao respeito da legalidade nos seus fornecedores”, declarou a agência antitrust.

Ambas as empresas podem ser punidas com multas entre os cinco mil euros e os dez milhões de euros, caso se venha a provar que enganaram os consumidores que compraram as peças “artesanais” por milhares de euros.

O grupo Armani é um das excepções na indústria da moda de luxo no que toca à independência. Aos 90 anos, celebrados a 11 de Julho, Giorgio Armani continua a ser o director executivo e único accionista da sua própria empresa, cargo que pretende manter até ao final da vida. Apesar de, no passado, já ter equacionado aceitar um sócio italiano, não voltou a falar nesses planos.

Quando morrer, a empresa passará para a Fundação Armani, que criou em 2016, a pensar no futuro. Os documentos determinam que os herdeiros (os seus sobrinhos) só poderão abordar uma potencial cotação na bolsa cinco anos após a sua morte e sem qualquer aquisição.