A presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, mergulhou esta manhã no rio Sena, que banha a capital francesa, para provar que o rio tem condições para receber as provas aquáticas e a cerimónia de abertura nos Jogos Olímpicos de Paris, que se iniciam no próximo sábado, dia 26 de Julho.
O mergulho de Hidalgo tinha sido prometido pela própria em Janeiro deste ano, estando previsto para acontecer em Junho. As eleições legislativas, marcadas por Macron após a derrota nas eleições europeias, atrasaram o mergulho até esta quarta-feira.
“É um verdadeiro prazer”, afirmou a presidente da câmara de Paris, depois de mergulhar no rio. “Há anos que sonhámos com isto. Trabalhámos muito, muito arduamente. Agora podemos entrar na água, parece natural, parece fácil. A água é muito, muito boa, um pouco fria, mas não muito”, acrescentou ainda Hidalgo.
Para além da presidente da câmara de Paris, também foi a banhos esta quarta-feira o prefeito da região da Île-de-France, Marc Guillaume, e o chefe da organização dos Jogos Olímpicos, Tony Estanguet. No sábado passado, também a ministra do Desporto, Amélie Oudéa-Castéra, tinha nadado no rio parisiense.
A limpeza do rio Sena tem sido uma das questões mais polémicas desta edição dos Jogos Olímpicos. As águas do rio estavam há muito poluídas devido ao velho sistema de esgotos que despeja águas dos esgotos juntamente com águas do escoamento das chuvas, quando a precipitação é intensa, o que leva à concentração de bactérias nocivas para os seres humanos, como é o caso da E.coli.
Para tentar alterar este paradigma, o rio Sena foi alvo de uma profunda limpeza que envolveu a construção de infra-estrutura específica por baixo da bacia do rio para captar 46 mil metros cúbicos de águas residuais, que serão enviados para uma estação de tratamento de águas. Ao todo, a capital francesa investiu 1,4 mil milhões de euros na construção destas infra-estruturas.
A limpeza do rio era um sonho antigo dos líderes parisienses. Em 1990, o então presidente da câmara, e futuro Presidente francês Jacques Chirac, tinha prometido que, em três anos, nadaria no Sena para mostrar o progresso dos trabalhos de limpeza, algo que nunca chegou a fazer.
Apesar de admitir que, se não fosse os Jogos Olímpicos, nunca teriam feito esta limpeza, a presidente da câmara afirma que “recuperar o rio para os seus habitantes” trará muitos benefícios para a cidade.
“Imaginem que, daqui a um ano, teremos aqui uma zona de natação, uma piscina, para quem quiser vir nadar. E vamos ter mais três zonas de natação. Precisamos de adaptar as nossas cidades às alterações climáticas e voltar ao rio”, diz a presidente da câmara.