Processo Vórtex começa a ser julgado em Setembro no Tribunal de Espinho

Julgamento em que dois antigos presidentes da Câmara de Espinho respondem pelos crimes de corrupção, entre outros, foi marcado para o dia 5 de Setembro.

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Miguel Reis, ex-presidente da Câmara de Espinho, encontra-se agora em prisão domiciliária ESTELA SILVA / LUSA
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O processo Vórtex, em que se investigam actos de corrupção envolvendo dois antigos presidentes da Câmara de Espinho, vai começar a ser julgado em Setembro no Tribunal de Espinho, no distrito de Aveiro.

Segundo a plataforma Citius, o início do julgamento está marcado para 5 de Setembro.

Apesar de o processo pertencer ao Tribunal da Feira, o julgamento irá decorrer no Tribunal de Espinho, devido ao elevado número de intervenientes processuais.

O processo Vórtex está relacionado com "projectos imobiliários e respectivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos".

A operação culminou em 10 de Janeiro de 2023 com a detenção do então presidente da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS), do chefe da Divisão de Urbanismo e Ambiente daquela autarquia e ainda de um arquitecto e dois empresários por suspeitas de corrupção activa e passiva, prevaricação, abuso de poderes e tráfico de influências.

Em 10 de Julho do mesmo ano, o Ministério Público deduziu acusação contra oito arguidos e cinco empresas, incluindo dois ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis e Pinto Moreira, que também viria a ser constituído arguido no âmbito deste processo, após ter sido ouvido no Departamento de Investigação e Acção Penal Regional do Porto.

O primeiro está acusado de quatro crimes de corrupção passiva e cinco de prevaricação e o segundo responde por dois crimes de corrupção passiva, um de tráfico de influência e outro de violação das regras urbanísticas.

Já o empresário Francisco Pessegueiro foi acusado de oito crimes de corrupção activa, um de tráfico de influência, cinco de prevaricação e dois de violação das regras urbanísticas. Por seu turno, os empresários João Rodrigues e Paulo Malafaia foram acusados de oito crimes de corrupção activa, um de tráfico de influência, cinco de prevaricação e dois de violação das regras urbanísticas.

Foram ainda acusados mais três arguidos, que à época desempenhavam funções de chefe de divisão na autarquia, e cinco empresas de diversos crimes económico-financeiros.

Quatro arguidos requereram a abertura da fase de instrução em Novembro de 2023, o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto decidiu levar a julgamento todos os arguidos, diminuindo apenas a quantidade de crimes quanto a uma empresa arguida.

Miguel Reis e o empresário Francisco Pessegueiro chegaram a estar ambos em prisão preventiva. Actualmente, o primeiro encontra-se em prisão domiciliária a aguardar o início do julgamento e o segundo está sujeito a apresentações periódicas.

Os restantes arguidos encontram-se em liberdade, mas proibidos de contactarem entre si e com testemunhas do processo.

O MP requereu ainda a aplicação de penas acessórias de proibição do exercício de funções aos arguidos funcionários, bem como o arresto preventivo do património dos arguidos, para garantia dos valores obtidos com a actividade criminosa.