De volta a uma casa que o adora, “Senhor Costa” faz campanha por Von der Leyen

Presidente eleito do Conselho Europeu esteve no Parlamento Europeu de Estrasburgo para saudar os socialistas e apelar à reeleição da presidente da Comissão Europeia.

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António Costa reuniu-se com o grupo socialista no Parlamento Europeu OLIVIER MATTHYS / EPA
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O presidente eleito do Conselho Europeu, António Costa, não perdeu tempo, e foi dos primeiros líderes europeus a felicitar, de viva voz, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, “pela sua eleição com um resultado histórico e muito claro”, esta terça-feira, em Estrasburgo.

Não era a única eleição que o ex-primeiro-ministro tinha em mente na sua curta deslocação à sede do Parlamento Europeu, no dia em que foi empossada a 10.º sessão legislativa. António Costa veio “saudar” o grupo parlamentar dos Socialistas & Democratas, uma vez que, como lembrou, foi “eleito presidente do Conselho Europeu nessa qualidade” – e apelar aos eurodeputados do seu partido que retribuam a confiança nele depositada, renovando o mandato de Ursula Von der Leyen à frente da Comissão Europeia.

A presidente do executivo comunitário, cabeça de lista do Partido Popular Europeu que venceu as eleições de 9 de Junho, foi nomeada pelo Conselho Europeu para cumprir mais cinco anos no cargo numa reunião no final de Junho em os líderes fecharam a distribuição dos cargos de topo das instituições comunitárias. Ao contrário de António Costa, eleito pelos chefes de Estado e governo da UE, Von der Leyen ainda tem de passar no crivo do Parlamento Europeu.

Segundo o tratado, os eurodeputados têm de aprovar o nome designado pelo Conselho Europeu por maioria absoluta de 50% mais um, o que na legislatura que arrancou esta terça-feira implica 361 votos a favor. Se Von der Leyen não conseguir convencer esse número de parlamentares, o Conselho Europeu tem um mês para indicar outro nome.

Teoricamente, a alemã tem apoio suficiente entre as três bancadas que formam a “super coligação” pró-europeísta – democratas-cristãos, socialistas e liberais – para ser reeleita, mas como a votação é secreta, há sempre uma dose de incerteza e dramatismo, pois é certo que em cada grupo há eurodeputados que não estão dispostos a seguir a disciplina de voto. Por isso, a “missão” de Costa em Estrasburgo era assegurar uma votação sólida nas hostes socialistas.

“Vim manifestar o meu apoio à eleição da presidente Ursula von der Leyen, na próxima quinta-feira, e desejar que tudo corra pelo melhor para podermos ter aqui uma maioria que funcione ao serviço dos cidadãos e da Europa”, justificou o presidente eleito do Conselho Europeu, que ainda deveria reunir-se com a líder do executivo comunitário, em Estrasburgo, antes de regressar a Lisboa.

António Costa fechou-se com o grupo socialista depois de um encontro de cortesia com a presidente do Parlamento Europeu, que disse sentir-se “ansiosa” por começar a trabalhar com o presidente eleito do Conselho Europeu, “um político forte e eficaz, que respeitará o Parlamento Europeu, e com quem poderemos fazer grandes coisas em conjunto”. “Esta é uma casa que adora o senhor Costa”, referiu Metsola.

“Conheço-o como um político forte e eficaz, mas sobretudo como alguém que respeitará o Parlamento Europeu e com quem poderemos fazer grandes coisas em conjunto”, disse Roberta Metsola, em declarações a um grupo de jornalistas europeus de agências, incluindo a Lusa, após a reunião com António Costa.

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