“A escravização de pessoas financiou toda a empresa dos Descobrimentos”

Em resposta à questão da reparação aos colonizados, Raquel Machaqueiro lembra que o fim da escravatura levou países a endividarem-se para compensarem os donos de escravos pela perda dos lucros.

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Raquel Machaqueiro, antropóloga e professora da George Washington University é responsável por uma formação para professores na Gulbenkian, em Lisboa Nuno Ferreira Santos
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Raquel Machaqueiro é doutorada em Antropologia pela George Washington University, nos Estados Unidos, onde lecciona as disciplinas de Desenvolvimento Internacional e Direitos Humanos e Ética. Faz parte da dupla, juntamente com o seu colega Stephen Lubkemann, que organizou a formação "Histórias difíceis, legados difíceis" para professores, mediadores culturais e profissionais das áreas pedagógicas de museus, na Fundação Calouste Gulbenkian, repartida por duas semanas distintas, entre 1 e 12 de Julho. No âmbito do pós-doutoramento, a especialista integra o Slave Wrecks Project , dedicado à investigação da história da escravatura e dos seus legados e que passa, entre outras coisas, por procurar navios negreiros naufragados para conhecer a origem e a história das pessoas transportadas. Para a investigadora, embora sem estudos económicos a comprovar os ganhos da escravatura, foi este lado mau da História que, através da obtenção de lucros, permitiu a expansão portuguesa e isso deve ser dito no ensino da História em Portugal.

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