Governo adia apresentação da revisão da lei dos solos

O Governo não se compromete com um novo prazo, dizendo apenas que “a medida seguirá o procedimento legislativo normal”.

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O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz JOSÉ COELHO/LUSA
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O Governo ainda está “a trabalhar” na revisão da chamada lei dos solos, depois de ouvirmúltiplos agentes e entidades relacionadas com a matéria", não tendo apresentado a primeira versão até 12 de Julho, como anunciado há um mês.

Questionado pela Lusa sobre o incumprimento do prazo fixado para apresentar a primeira versão da revisão da lei dos solos, até 12 de Julho, o gabinete do ministro das Infra-estruturas e Habitação respondeu: O Governo encontra-se a trabalhar na medida, em articulação com outras medidas apresentadas."

A 12 de Junho, Miguel Pinto Luz disse que o Governo iria apresentar a primeira versão da revisão no prazo de 30 dias, para acelerar respostas que permitam criar mais habitação acessível e a preços controlados.

Em 26 de Junho, numa audição no Parlamento, o ministro adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, indicou que a alteração da lei dos solos permitirá “aumentar o número de terrenos disponíveis para a construção de habitações.

Em resposta à Lusa, enviada esta segunda-feira, o Governo (PSD-CDS/PP) assegura que está a cumprir o compromisso assumido e sempre considerando o diálogo com os intervenientes na matéria e na prática, tendo ouvido múltiplos agentes e entidades para desenhar uma solução colectiva.

O Governo não se compromete com um novo prazo, dizendo apenas que a medida seguirá o procedimento legislativo normal.

A Câmara Municipal de Lisboa (com os votos contra da liderança PSD-CDS/PP, sem maioria absoluta) decidiu, entretanto, em reunião privada do executivo, instar o Governo a não flexibilizar a lei dos solos, por considerar que contribui para a especulação imobiliária e aumenta o risco de corrupção.

A moção, apresentada pelo BE e aprovada por toda a oposição na autarquia, surgiu depois de, em entrevista ao jornal Expresso, divulgada em 5 de Julho, o ministro da Coesão Territorial ter dito que o Governo está a estudar uma alteração legislativa que permita aumentar a quantidade de solos com aptidão para construire que iria legislar para permitir aos municípios, se o entenderem, nos locais que entenderem, por deliberação da câmara e da assembleia municipal, alargar zonas urbanas onde actualmente não é possível construir”.

Na moção apresentada, o BE defende que a alteração sugerida por Manuel Castro Almeida “significaria que os Planos Directores Municipais seriam inúteis, permitindo ganhos injustificados com mais-valias e aumentando muito o risco de corrupção”, além de que seria “contra todas as boas práticas internacionais”.