Quando o amor não tem cor

O daltonismo não tem cura, mas é dever da sociedade reduzir ao máximo as limitações dos seus portadores. Tal como dos cegos, dos surdos ou dos que têm a mobilidade condicionada.

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Olho à minha volta e vejo dezenas de crianças. O português, o inglês e o espanhol misturam-se no ar e confesso que me interrogo sobre como é que os miúdos se vão conseguir entender. Mas a verdade é que eles se entendem e, mesmo sem a intromissão de adultos, as equipas de futebol são feitas em menos de cinco minutos. O torneio arranca com um pontapé de canto porque, na ausência de árbitro, as regras são flexíveis. Percebo ainda, pelos gestos que o mais alto faz, que não é suposto existir a figura do guarda-redes. Um dos miúdos portugueses ainda ensaia um protesto contra esta ausência, mas os outros já estão demasiado embrenhados no jogo para lhe dar importância e ele acaba por se conformar.

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