Volta a França: Pogacar imperial nos Pirenéus, Almeida reforça quarto lugar
Ataque de Vingegaard a 10 km do final teve resposta do líder, que ganhou mais de um minuto ao dinamarquês e quase três a Evenepoel.
Tadej Pogacar (Emirates) venceu este domingo, de forma categórica, a 15.ª etapa da Volta a França, conseguindo, em Plateau de Beille, a terceira vitória nesta edição, a segunda consecutiva nos Pirenéus e a 17.ª da temporada, reforçando a liderança do Tour, que se cifra já nos três minutos para Vingegaard.
O esloveno impôs-se a Jonas Vingegaard (Jumbo Visma) de forma autoritária, com 1m8s de vantagem, depois de o dinamarquês ter atacado para tentar reduzir a diferença para o camisola amarela na classificação geral. Antes da terceira semana, com 3m09s de vantagem, Pogacar poderá ter dado um passo de gigante para o terceiro triunfo no Tour.
Com final em Plateau de Beille, uma escalada de 15,8 quilómetros de categoria especial, com inclinação média de 7,9 por cento e a meta a 1780 metros de altitude, Pogacar juntou-se a nomes como Marco Pantani, Lance Armstrong e Alberto Contador, os primeiros vencedores desde que o Tour visitou esta estância de esqui dos Pirenéus.
Almeida termina em quinto
João Almeida (Emirates), que tinha o quarto lugar da geral ameaçado - seguro por oito segundos -, teve um final de etapa difícil, começando por perder terreno para o espanhol Carlos Rodríguez (Ineos) logo no início da última escalada. Tempo que recuperou de forma brilhante com o quinto lugar da etapa, para amealhar mais 25 segundos e reforçar a posição. Mikel Landa (quarto da tirada) ascendeu, inclusive, ao quinto lugar, a 27 segundos do português, com Rodríguez a seis segundos do compatriota.
O dia começou a endurecer logo no início, a 191 quilómetros do final da etapa com a subida de primeira categoria, de 6,9 km, do Col de Peyresourde (1569m), em que David Gaudu e Oier Lazkano, dois dos animadores da véspera chegaram na frente. Pogacar, líder da montanha, foi sexto e somou um ponto.
Na segunda montanha, também de primeira categoria, (1349m), no Col de Menté, começou a formar-se o grupo de fugitivos em que se destacavam Richard Carapaz (EF Education), Jai Hindley (BORA-hansgrohe) e Enric Mas (Movistar).
Seguiu-se o Col di Portet d'Aspet (1069m), antes da fase mais importante, com a chegada do Col d'Agnès (1570m), começou a estabelecer-se a vantagem do grupo da frente para o do camisola amarela.
Os cerca de dois minutos acabariam por ser insuficientes para segurar o ímpeto de Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard, cujo ataque, a 10 quilómetros da meta, destruiria as ambições dos ciclistas da frente, que em pouco mais de um quilómetro foram alcançados e deixados para trás.
O dinamarquês atacou o esloveno, que se manteve tranquilo na roda de Vingegaard, enquanto Remco Evenepoel foi gerindo o ritmo de forma a não ceder demasiado, começando a pensar em defender o lugar de pódio.
A cinco quilómetros da chegada, Pogacar foi à procura do terceiro triunfo em etapas, ganhando mais de um minuto a Vingegaard, que, por sua vez, teve de contentar-se com o reforço do segundo lugar.
Mais uma vez, o dia da Bastilha não teve um vencedor francês, o que sucedeu por 28 vezes, tendo a última vitória sido conseguida por Warren Barguil, em 2017.