Um rival e um semi-rival de João Almeida estão fora do Tour

A etapa 13 tinha tudo para ser aborrecida, mas foi o oposto disso. Philipsen venceu numa chegada ao sprint, batendo Wout van Aert e Pascal Ackerman, depois de um dia muito animado no pelotão.

Foto
Roglic com ferimentos na Volta a França KIM LUDBROOK / EPA
Ouça este artigo
00:00
02:44

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Quando o pelotão da Volta a França foi descansar em Pau, depois da etapa 13 desta sexta-feira, fê-lo com dois homens a menos. E há boas e más notícias para o português João Almeida.

A boa – e não é que o português a desejasse, naturalmente – é que Primoz Roglic foi para casa, depois da queda na etapa 12, e deixa Almeida com o top 4 “escancarado” – se cumprir na montanha e no contra-relógio, João Almeida não terá problemas para terminar no quarto lugar, podendo até lutar pelo pódio, em caso de azar ou incapacidade de Pogacar, Vingegaard ou Evenepoel.

Mas nem tudo é bom. Juan Ayuso também foi para casa e há algo agridoce nisto – embora mais “agri” do que “doce”. É que o espanhol estava a ser, por um lado, um “inimigo dentro de casa” para Almeida, já que os dois estavam em luta aberta pelo lugar de n.º2 da Emirates.

O problema é que essa posição já parecia garantida para Almeida, pelo que o abandono de Ayuso, que se diz que está com covid-19, não é mais do que a saída de um ciclista que permitiria ao português ser mais protegido na alta-montanha. Menos Ayuso é mais trabalho para o português. E por muito que seja essa a missão de Almeida, o top 4 será tanto mais difícil quanto maior e mais precoce for a carga de trabalho para Pogacar.

Para Ayuso, a superstição de virar o dorsal 13 ao contrário não o salvou da má fortuna.

Yates em fuga

Nesta sexta-feira, a etapa 13 tinha tudo para ser aborrecida, mas foi o oposto disso. Jasper Philipsen venceu numa chegada ao sprint, batendo Wout van Aert e Pascal Ackerman, mas desenganem-se os que acham que um final em pelotão compacto sugere um dia pachorrento.

Apesar de ter havido terreno globalmente plano, o vento lateral que surgiu durante quase todo o percurso seduziu as equipas a tentarem provocar cortes no pelotão. Além disso, Adam Yates foi um “veneno” na fuga do dia. O ciclista da Emirates, a cerca de seis minutos do camisola amarela, era um perigo para as equipas rivais e o pelotão não pôde, por isso, “dar corda” aos aventureiros.

A vantagem do grupo de fugitivos nunca foi grande, até ao momento em que começou a fuga dentro da fuga – no fundo, todos ali queriam ver-se livres de Yates, porque era a presença do britânico que estava a hipotecar o sucesso da aventura. Nada feito.

Acabaram todos por ser neutralizados e as tentativas de cortes no pelotão, apesar de esforços pontuais de Pogacar e Evenepoel, não tiveram impacto prático – a não ser no desgaste, que foi certamente algum. No final, nada de relevante se passou para a classificação, mas o dia foi bem mais animado do que se esperava.

Para este sábado, os ciclistas vão deixar a base dos Pirenéus, onde vão dormir, para atacarem os Pirenéus “a sério”. Haverá alta-montanha e, por certo, duelo pela camisola amarela.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários