No Tour, Roglic voltou à triste sina de sentir o asfalto e Almeida já é quarto

O ciclista esloveno viu-se envolvido num incidente que nada teve que ver consigo e perdeu tempo numa etapa na qual não era suposto. João Almeida beneficiou disso para subir ao quarto lugar.

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Roglic (à esquerda) com as marcas da etapa 12 da Volta a França KIM LUDBROOK / EPA
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A etapa 12 da Volta a França estava desenhada para ser praticamente inócua e confirmou essa ideia durante quase 200 quilómetros. Depois, aconteceu Primoz Roglic – nada diferente ou inesperado quando se fala do esloveno e do Tour.

Como quase sempre, Roglic voltou a sofrer a má fortuna, com uma queda a 12 quilómetros do final – e, desta vez, como em muitas outras, sem ter nada que ver com o incidente. O esloveno foi colhido numa queda alheia, sentiu o asfalto, ficou rasgado e ferido e acabou a etapa no “comboio” da Bora, mas com dificuldades para acompanhar os colegas.

Perdeu 2m27s para os rivais, caiu duas posições na classificação e permitiu a João Almeida subir ao quarto lugar da geral. O pódio está cada vez mais definido, com Almeida a já 4m20s do trio da frente.

Tudo isto se passou enquanto Biniam Girmay fazia das suas. O eritreu continua a espantar o ciclismo mundial e a bater velocistas mais puros – desta vez, bateu Wout van Aert e Arnaud Démare. Foi a terceira vitória de Bini no Tour 2024, num final em sprint num grupo reduzido pela queda.

Pouca acção

Para esta quinta-feira, a organização da corrida voltou a desenhar uma etapa com tudo para ser aborrecida – e foi.

Ao contrário da etapa 11, que foi inesperadamente rica e divertida, a 12 foi tão pachorrenta como se esperava que fosse. Mas, ao contrário de noutros dias, pelo menos houve uma fuga.

E se adivinhar um elemento desta fuga fosse um jogo, qualquer espectador atento ao Tour adivinha facilmente. Sim, esteve por lá Jonas Abrahamsen a passear a sua camisola às bolinhas.

O norueguês continua a “caçar” tudo quanto é ponto e colocou-se em fuga para somar pontos nas pequenas elevações de quarta categoria que foram encontrando pelo caminho – está em igualdade com Pogacar na classificação de melhor trepador.

Outro dos fugitivos também tinha um objectivo superior à loucura de acreditar que ia vencer a etapa: Anthony Turgis foi para a fuga apenas para somar pontos no sprint intermédio e aproximar-se de Girmay e Philipsen na luta pela camisola verde.

Depois, estavam lá Valentin Madouas e Quentin Pacher, mas nem um nem outro acreditariam muito no sucesso da aventura.

O grupo chegou a ter mais de três minutos de vantagem para o pelotão, mas as equipas dos sprinters nem sequer quiseram arriscar levar a fuga até perto da meta: quando ainda faltavam 40 quilómetros para a chegada já havia pelotão compacto.

Rolava-se em ritmo tranquilo, ainda antes da preparação do sprint, quando uma queda no pelotão levou Roglic ao chão – mas não só. O corte no grupo reduziu e baralhou bastante a organização do pelotão, permitindo a Girmay e Van Aert baterem velocistas mais puros.

Para esta sexta-feira está marcada a chegada aos Pirenéus – mas apenas à base da montanha. Os ciclistas vão até Pau e terão uma etapa globalmente calma, com final previsto para sprint. No sábado, há Pirenéus “a sério” – e corrida a sério também.

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