Trabalhadores da Carris em greve por aumento salarial e 35 horas de trabalho
Trabalhadores da Carris entraram em greve à meia-noite para reivindicarem melhores condições laborais. Queixam-se de falta de resposta pela administração. Tribunal decretou serviços mínimos.
Os trabalhadores da Carris, motoristas e guarda-freios, cumprem esta quinta-feira, 11 de Julho, uma greve de 24 horas em protesto pela falta de resposta da administração às reivindicações de aumento real dos salários e de evolução para as 35 horas semanais de serviço. A greve foi iniciada pelos trabalhadores da rede da madrugada às 22h de quarta-feira, enquanto para os restantes trabalhadores de tráfego teve início às 3h.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), afecto à Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), os sectores fixos estão em greve entre a meia-noite e as 23h59 desta quinta-feira. O sindicato sublinha que estão abrangidos pelo pré-aviso de greve todos os trabalhadores que iniciem o seu período de trabalho antes da meia-noite de quinta-feira, ou que o seu maior período de trabalho corresponda a esta data.
"Entram em greve no início do seu dia de trabalho e até ao final. Também estão abrangidos os trabalhadores que terminem o seu dia de trabalho após as 24h deste dia", esclarece o STRUP, em comunicado.
A estrutura sindical adianta que o Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos para a greve, considerando como necessários, nomeadamente, o funcionamento do transporte exclusivo de deficientes, do pronto-socorro e do posto médico. Segundo o STRUP, o Tribunal Arbitral não acolheu a proposta da empresa, que pretendia "serviços máximos", com a circulação de autocarros.
No último plenário, a 19 de Junho, os trabalhadores consideraram ser "inadmissível que o Conselho de Administração (CA) da Carris continue sem dar resposta às reivindicações constantes", apesar do "resultado líquido da empresa de 9,5 milhões de euros" assumido pela empresa no relatório de contas de 2023. Entre as reivindicações, os trabalhadores exigem um aumento de 100 euros na tabela salarial, aumento do valor do subsídio de alimentação, evolução para as 35 horas semanais, com a inclusão do tempo de deslocação de e para os locais de rendição, e passe para a Área Metropolitana de Lisboa.
Segundo o STRUP, estas reivindicações "são essenciais não só para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores, mas também para a criação das condições para a fixação dos trabalhadores necessários ao serviço público prestado pela empresa e para criar as condições de atractividade para novas admissões".
O STRUP apela a que os trabalhadores se juntem na estação da Pontinha, pelas 10h30, para decidir "forma de continuação de luta", para o caso de o Conselho de Administração da empresa "não aparecer na reunião marcada para o dia 23 de Julho, às 15h, com uma atitude de vir de encontro às reivindicações centrais deste processo de luta."
No último plenário, o STRUP tinha ficado mandatado a continuar o processo de luta com uma greve às duas primeiras horas e às últimas duas horas do horário de trabalho diário, na semana de 15 a 19 de Julho.