Gypsy Rose Blanchard está grávida. A norte-americana, que orquestrou o assassinato da mãe e saiu de prisão em 2023, está à espera do primeiro filho com o namorado Ken Urker, pouco meses depois de se ter divorciado. “Sei que os rumores já circulam há algum tempo e tenho o prazer de anunciar que estou grávida de 11 semanas”, confirmou Blanchard num vídeo publicado na conta de YouTube, nesta terça-feira.

“Ken e eu estamos à espera do nosso primeiro filho em Janeiro de 2025”, detalha, acrescentando que a gravidez “não foi planeada de todo, foi completamente inesperada”. Mas garante: “Estamos ambos muito entusiasmados por embarcar nesta nova viagem da paternidade.”

A jovem de 32 anos foi sujeita a abusos por parte da mãe, Dee Dee, na infância e diz compreender que alguns seguidores se preocupem se está preparada para a maternidade. “Sei que vai haver pessoas que vão achar que não estou preparada para ser mãe e não sei se alguém está realmente preparado para ser mãe”, declara no vídeo.

Contudo, sente que esta é “uma oportunidade” para ser uma mãe como a que nunca teve: “Todas as coisas que eu queria numa mãe, quero dar a este bebé. Agora sou mãe, sou feliz e só quero ser uma boa mãe para o meu filho. Quero ser tudo o que a minha mãe não foi.”

Gypsy Rose Blanchard e Ken Urker conheceram-se quando a jovem estava na prisão, foram amigos por correspondência e ficaram noivos em 2018. A relação havia de terminar e Blanchard casou-se com Ryan Anderson em 2022, quando ainda cumpria a pena de dez anos. O casamento terminou em Março deste ano, apenas três meses depois de ter sido libertada da prisão.

Foi então que terá voltado a contactar Ken Urber. “O Ken e eu voltámos a relacionar-nos como amigos. Não foi do género: 'Saí de um casamento, deixa-me encontrar-te' e pronto, estamos numa relação”, contou no vídeo onde anuncia a gravidez. “Só quando soube que o meu casamento tinha acabado é que pensei: 'Gostava de te ver e vamos sair juntos', porque nunca tínhamos saído juntos quando eu estava na prisão.”

Resta saber se, desta vez, a relação será para durar, agora que serão pais em conjunto. “Diria que o Ken é o meu primeiro amor, porque foi quando senti honestamente que era um amor maduro. Não foi baseado numa fantasia. Foi realmente baseado numa ligação que duas pessoas têm uma pela outra”, terminou.

Nascida em 1991, cedo a mãe se convenceu que Gypsy Rose não era saudável. E não tardou a convencer todos os outros das doenças da filha, incluindo leucemia, distrofia muscular e convulsões. Mantinha a cabeça de Gypsy rapada, obrigando-a a usar uma cadeira de rodas, tendo ainda levado um médico a colocar um tubo de alimentação na rapariga, que alegava ser mentalmente incapaz. Ao todo, a jovem foi submetida a mais de 30 cirurgias: aos olhos, às pernas, à garganta... Os vizinhos e várias organizações fizeram donativos, organizaram viagens à Disney World e até lhes construíram uma casa (com rampa para cadeiras de rodas e jacuzzi), cortesia da Habitat for Humanity.

Depois, Gypsy Rose descobriu a verdade: nunca estivera doente. E a mãe usou meios mais agressivos para a manter sob o seu controlo, como amarrá-la à cama. Até que, em 2010, com 19 anos, conheceu Nicholas — um namoro que a mãe não permitia. E, cinco anos depois, a rapariga deixou uma porta aberta da casa onde morava com a mãe para que o namorado pudesse entrar e concretizar o que lhe tinha pedido: matar a progenitora.

A história já inspirou diversos documentários de crimes reais, filmes e programas de televisão. Actualmente, protagoniza o reality show entitulado Gypsy Rose: Life After Lock Up, onde partilha como tem sido a rotina desde que saiu da prisão. O ex-namorado, Nicholas, que executou o assassinato foi condenado a prisão perpétua.