Inflação recuou em Junho para 2,8%, confirma o INE

Em Maio, a taxa de inflação havia superado os 3%, uma evolução explicada pelo efeito homólogo dos preços (isenção de IVA num conjunto de bens alimentares) e pela subida de preços nos hotéis.

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Redução mensal de preços em Maio e subida de preços nos hotéis justifica estes resultados, aponta o INE Nelson Garrido
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A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC), a que vulgarmente chamamos taxa de inflação, recuou em Junho para 2,8%, menos 0,3 pontos percentuais que os 3,1% verificados no mês anterior. Este valor, divulgado esta quarta-feira, confirma a estimativa inicial do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em Maio, a aceleração de preços foi justificada pelo INE com o “efeito de base associado à redução mensal de preços registada em Maio de 2023 (-0,7%), no seguimento da isenção de IVA num conjunto de bens alimentares”, e, “em menor grau”, pela aceleração dos preços dos hotéis, devido a eventos culturais ocorridos nesse mês, nomeadamente os concertos de Taylor Swift.

A variação mensal do IPC foi nula em Junho (0,2% no mês precedente e 0,3% em Junho de 2023), enquanto a variação média dos últimos 12 meses foi de 2,5%, ligeiramente abaixo dos 2,6% verificados em Maio.

De acordo com os dados agora divulgados, “o indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não-transformados e energéticos) registou uma variação de 2,4% (2,7% em Maio).

Em sentido divergente, a variação do índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 9,4% (7,8% no mês precedente), enquanto o índice referente aos produtos alimentares não-transformados diminuiu para 1,8% (2,5% no mês anterior).

Rendas mantêm subida

Por classes de despesa e face ao mês precedente, “são de destacar as diminuições das taxas de variação homóloga dos transportes e dos restaurantes e hotéis, com variações de 1,6% e 4,1%, respectivamente (3,4% e 5,9% no mês anterior)”, avança o INE, acrescentando que, “em sentido oposto, assinalam-se os aumentos das taxas de variação homóloga da habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis, e dos acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação, com variações de 9,8% e -1,8%, respectivamente (7,2% e -2,4% em Maio)”.

Especificamente no caso da habitação, a variação homóloga das rendas por metro quadrado foi de 7,1% em Junho de 2024 (valor idêntico ao do mês anterior), com todas as regiões a apresentarem variações homólogas positivas das rendas de habitação, destacando-se Lisboa, com o aumento mais intenso, de 7,4%

O valor médio das rendas de habitação por metro quadrado registou uma variação mensal de 0,4% (valor idêntico no mês anterior). A região com a variação mensal positiva mais elevada foi a Madeira (0,6%), não se tendo observado qualquer região com variação negativa do respectivo valor médio das rendas de habitação.

IHPC acima da zona euro

Relativamente ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, verificou-se uma variação homóloga de 3,1%, valor inferior em 0,7 pontos percentuais ao registado no mês anterior e superior em 0,6 pontos aos 2,5% estimados pelo Eurostat para a área do euro (em Maio, a taxa em Portugal tinha sido superior à da área do euro em 1,2 pontos percentuais). Também esta desaceleração se fica a dever, em grande medida, “à redução dos preços dos hotéis, cuja aceleração registada em Maio se deveu essencialmente a um evento cultural de dimensão relevante ocorrido em Lisboa.

Excluindo produtos alimentares não-transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 2,7% em Junho (3,6% em Maio), inferior à taxa correspondente para a área do euro (estimada em 2,8%).

Em Junho, o IHPC registou uma variação mensal de -0,3% (1,0% no mês anterior e 0,4% em Junho de 2023) e uma variação média dos últimos 12 meses de 3,2% (3,3% no mês precedente).

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