Paraíso de expressões afrodescendentes e lusófonas na programação do Theatro Circo
O ciclo, que inclui dança, música ou debates e surge associado às comemorações do centenário do nascimento de Amílcar Cabral, marca o início da programação da sala para os últimos meses do ano.
O ciclo Paraíso, do Theatro Circo, em Braga, "momento que eleva a nova música e expressões artísticas afrodescendentes e lusófonas", realiza-se este ano em Setembro, associado às comemorações do centenário do nascimento de Amílcar Cabral.
De acordo com o Theatro Circo, num comunicado enviado à agência Lusa, o Paraíso acontece nos dias 13 e 14 de Setembro e estende a programação ao gnration e à Livraria Centésima Página.
O ciclo Paraíso, que aconteceu pela primeira vez em Abril do ano passado, foi pensado para promover "um espaço de diálogo, através de espectáculos ao vivo, e conversas/debates que reflictam os temas da negritude na música urbana nacional".
Este ano, a programação começa no dia 13, na livraria, com a apresentação do livro Tribuna Negra: Origens do movimento negro em Portugal (1911 - 1933), com a presença dos autores, Cristina Roldão, José Pereira e Pedro Varela.
No mesmo dia, o Theatro Circo acolhe o espectáculo de dança AMI.LCAR, de Djam Neguin, inspirado na vida de Amílcar Cabral, fundador e líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde.
No dia 14, o gnration recebe "Conversas do Paraíso: Inovação e tradição na música lusófona", num encontro do DJ e produtor Berlok, com a rapper Mynda Guevara e a cantora Soraia Ramos.
Depois desta conversa estão agendadas actuações de Mynda Guevara, que irá apresentar o novo álbum, Phoenix, e de Berlok, ambas no gnration, assim como de Soraia Ramos, para mostrar ao vivo o álbum Cocktail, no Theatro Circo.
O ciclo Paraíso marca o início da programação do Theatro Circo para os últimos meses do ano, que inclui concertos, espectáculos de dança e de teatro, sessões de cinema, festivais, conversas e oficinas.
Ainda em Setembro, no dia 20, é apresentada a criação de dança Suores de Mel e a Morte Não Terá Domínio, de Hugo Calhim Cristovão e Joana von Mayer Trindade, "que celebra a insubmissão e a revolução, inspirada no 25 de Abril e nas obras de vários autores como Eduardo Lourenço, Fernando Pessoa e Natália Correia".
No dia 21, actua a Orquestra Sem Fronteiras, dirigida pelo maestro Martim Sousa Tavares. O espectáculo acontece no âmbito do ciclo "Contraponto, Música norte-americana do nosso tempo com a Orquestra Sem Fronteiras".
No mesmo dia, sobe a palco o espectáculo infanto-juvenil Álbum de família, de Costanza Givone, "que pretende reflectir sobre a enorme variedade de famílias que existem actualmente".
Dia 28 de Setembro, o Theatro Circo acolhe a apresentação do novo espectáculo dos Mão Morta, Viva la Muerte!, "em jeito de comemoração dos 40 anos da banda", antecedido de "Conversas com Artistas: Do fascismo à extrema-direita e vice-versa", esta uma conversa moderada pelo músico Miguel Pedro, dos Mão Morta, que conta com a participação de Carlos Martins, Manuel Loff, Sílvia Correia e Luís Trindade.
Nos dias 3 e 4 de Outubro, são apresentados dois espectáculos no âmbito de Frente e Verso, "momento que convida à perspectiva cruzada de temas inquietantes a partir de narrativas resultantes deste momento histórico": Blackface, de Marco Mendonça, no dia 3, e Cantar de galo, da companhia de teatro mala voadora, no dia 4.
Em 11 de Outubro, o Theatro Circo acolhe o projecto Luta Contínua, que se estreou em 24 de Abril no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, para o qual os Clã convocaram Ana Lua Caiano, Capicua, Eu.Clides e, em Braga, A Garota Não.
O espectáculo Quinta dos Animais, a primeira criação para a infância do actor e encenador Tonan Quito, é apresentada em 12 de Outubro. A peça, que se estreou em Fevereiro de 2022 no Lu.Ca - Teatro Luís de Camões, em Lisboa, parte da obra homónima de George Orwell, publicada originalmente em 1945 e também conhecida como O Triunfo dos Porcos.
Ainda em Outubro, actua o trio de jazz galego Sumrrá com o cantor Niño de Elche, há Teatro e Brincadeira, "uma experiência compartilhada com diferentes públicos, um dispositivo de reflexão colectiva sobre os múltiplos lugares, visíveis e invisíveis, que um teatro ocupa na cidade, enquanto espaço de participação artística, cívica e política, neste caso para um público dos sete aos 12 anos".
Em Outubro, o Theatro Circo também acolhe o 14.º Festival Semibreve.
Novembro começa com um espectáculo do guitarrista de jazz norte-americano Bill Frisell, que irá apresentar o álbum Four, acompanhado de Gerald Clayton, no piano, Johnathan Blake, na bateria, e Greg Tardy, no saxofone, clarinete e clarinete baixo.
No mesmo mês o Theatro Circo acolhe Quis saber quem sou - um espectáculo teatral, com concepção, texto e direcção do director artístico do Teatro Nacional D. Maria II (TNDM), Pedro Penim, no qual se revisita o cancioneiro do 25 de Abril de 1974.
Ainda em Novembro o bailarino e coreógrafo Victor Hugo Pontes apresenta Corpo Clandestino, "um espectáculo de dança para sete intérpretes, desafiando a normatividade dos corpos em palco". O Festival para Gente Sentada também regressa ao Theatro Circo, e há sessões de cinema para o público infanto-juvenil.
Em Dezembro apresenta-se o The Gavin Bryars Ensemble, "um dos nomes mais conceituados da música experimental e minimalista da actualidade", que irá actuar acompanhado de músicos da Academia de Música de Espinho e do Conservatório Calouste Gulbenkian de Braga.
A programação completa pode ser consultada no site oficial do Theatro Circo.