Governo garante que lista de colocação de professores vai ser divulgada “esta semana”

Governo quer que as aulas comecem a 12 de Setembro. Ministro da Educação assegurou que a colocação dos professores será divulgada esta semana.

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O ministro Fernando Alexandre está na Maia para participar na primeira de um conjunto de reuniões com drectores de escolas de todo o país Daniel Rocha
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O ministro da Educação garantiu esta segunda-feira que a lista de colocação de professores para o próximo ano lectivo vai ser divulgada "esta semana" e apelou aos directores das escolas para começarem as aulas a 12 de Setembro.

"Será divulgada esta semana, será publicada a lista de colocação dos professores. Nós estamos, em conjunto com todos os serviços do ministério, a fazer o melhor possível (...) para que o início do ano lectivo possa decorrer com o máximo de normalidade", adiantou Fernando Alexandre, a falar na Maia, no distrito do Porto, à margem da primeira de um conjunto de reuniões com directores de escolas de todo o país.

Presente naquela reunião, o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, mostrou-se agradado com o anúncio do ministro afirmando que "foi uma grande novidade, esta semana os professores e as escolas terão conhecimento de com que recursos humanos [podem contar], no caso das escolas e onde vão calhar, no caso dos professores, a partir do dia 1 de Setembro". "Os professores irão ter tempo para preparar as suas vidas e as escolas vão saber com que recursos humanos irão contar no próximo ano lectivo, isso é positivo", considerou.

Fernando Alexandre apelou ainda aos directores das escolas para que arranquem o ano lectivo a 12 de Setembro. "Eles [os directores] têm uma margem até dia 16 porque, obviamente, pode haver imponderáveis, mas são imponderáveis que devem tentar ser evitados porque quanto mais cedo começarem as aulas mais depressa começa o ciclo educativo e nós sabemos que as famílias têm essa necessidade e expectativa", disse.

Sobre o arranque do ano lectivo, Filinto Lima lembrou que há muito por fazer, considerando que "este é um mês de muito trabalho para as escolas e também para a tutela": "Espero que a tutela ajude as suas escolas." E salientou: "Eu estou convencido que, no próximo ano lectivo, iremos ter um arranque positivo. Aliás, o anúncio de hoje foi importante, dizer que a lista dos concursos será conhecida por todos nós."

Plataforma de matrículas "está estável", mas com fragilidades

O ministro da Educação disse ainda que a plataforma de matrículas "está estável", reconhecendo que este é um sistema que tem mostrado "fragilidade" e disse esperar que o próximo ano lectivo seja mais calmo. "Desde este último fim-de-semana que a plataforma está estável, registaram-se dezenas de milhares de matrículas. Este problema está-se a repetir, aconteceu o ano passado, esperamos que não aconteça no próximo ano", afirmou Fernando Alexandre.

O titular da pasta da Educação, e também das pastas da Ciência e Inovação, explicou que "a dimensão digital é fundamental para o Governo porque facilita a vida aos cidadãos, poupa tempo aos cidadãos, e infelizmente tem tido fragilidades em algumas plataformas digitais com perturbação para a vida das famílias". "Aquilo que devia ser dado pelo digital, no fundo conseguirmos com poupança de tempo, com um clique, conseguirmos fazer a matrícula de uma criança, infelizmente com estas perturbações tem gerado muitos constrangimentos", disse.

Questionado sobre se o próximo ano lectivo será mais calmo, Fernando Alexandre, mostrou-se esperançoso: "Esperamos que sim. Estamos a tentar criar as condições para isso, a recuperação do tempo de serviço era, de facto, um factor de grande perturbação. Foi assumido como uma prioridade pelo Governo e foi resolvida, mas nós sabemos que há outros constrangimentos e estamos a trabalhar no sentido de os resolver."

Entre esses constrangimentos, o ministro voltou a salientar a falta de professores, considerando que "não é normal que em Portugal, em 2024, haja milhares e milhares de alunos que estão durante muitos meses sem terem aulas a uma disciplina".

A propósito, Fernando Alexandre lembrou as 15 medidas anunciadas pelo Governo para o sector, entre as quais o regresso ao activo de professores reformados: "Não tenho dados mas penso que os professores estão nesta profissão por vocação, a maior parte deles. Os últimos tempos não foram fáceis, mas eu penso que, quando se apela para uma missão tão importante como garantir que os alunos não estão sem aulas, vamos ter resposta", referiu.

Filinto Lima realçou a atenção do executivo para o problema da falta de docentes. "É bom reconhecer por parte deste Ministério da Educação que a escassez de professores, que é algo que falamos há vários anos e temos receio que vire uma pandemia, é um problema que eles querem enfrentar de caras, agora é preciso perceber se vai ter adesão de parte dos professores a que elas de destinam", disse.

Sobre as medidas do Governo, aquele responsável considerou que as metas "são ambiciosas" e que dependem "muito do grau de adesão dos professores", mas reconheceu que há vontade por parte de alguns docentes reformados de voltarem ao activo. "Nós queremos é caras novas, queremos que esta profissão seja apetecível e, actualmente, a carreira de docente não é apetecível. Os nossos jovens não querem seguir esta carreira e há muitos professores que se estão a jubilar", disse.

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