Quem é quem na Nova Frente Popular, o bloco de esquerda que venceu em França

A coligação quer que o Presidente Macron a convidade para formar Governo, mas ainda não definiu quem será indicado para primeiro-ministro. Estes são os protagonistas de quem se fala.

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Mélenchon, o líder da França Insubmissa, fez o discurso da vitória no domingo ANDRE PAIN / EPA
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A Nova Frente Popular (NFP), uma aliança de partidos de esquerda composta pelo Partido Comunista, o partido radical França Insubmissa (LFI), os Verdes e o Partido Socialista, já reivindicou o direito a formar governo em Paris na sequência da vitória eleitoral de domingo, mas ainda não disse quem vai indicar para primeiro-ministro. Saiba quem são os protagonistas de quem se fala para o cargo.

Mélenchon, líder da França Insubmissa, o maior partido da NFP

Jean-Luc Mélenchon, de 72 anos, é uma figura incontornável da esquerda francesa desde há décadas e ocupou cargos ministeriais em governos anteriores, quando era membro do Partido Socialista. Candidatou-se à presidência em 2012, 2017 e 2022 (nas últimas duas já pelo partido França Insubmissa, que fundou em 1016), melhorando a votação de cada vez. Ficou em terceiro lugar em 2022, logo atrás da líder de extrema-direita Marine Le Pen, nas eleições ganhas por Macron.

Orador inflamado, Mélenchon é uma das figuras mais polémicas da política francesa, entusiasmando uns eleitores e repelindo outros com propostas consideradas radicais em matéria de impostos e despesas, a sua retórica de luta de classes e as suas posições controversas em matéria de política externa, especialmente em relação a Gaza. Os críticos acusam-no de anti-semitismo, o que Mélenchon nega.

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Marine Tondelier, líder dos Verdes

A líder dos Verdes, de 37 anos, cresceu em Henin-Beaumont, cidade no norte de França conhecida como um bastião do partido de direita radical União Nacional (UN) e da família Le Pen. Tondelier, contudo, tem um longo historial de oposição à UN. Em 2014, foi eleita membro da oposição no Conselho Municipal da cidade. Documentou as suas experiências de trabalho com um presidente da câmara da UN e descreveu o ambiente opressivo gerado pela administração de direita radical num livro intitulado Notícias da Frente, publicado em 2017.

Tondelier foi também eleita para um conselho regional do Norte, em 2021, e tornou-se líder do partido ecologista mais conhecido de França, os Verdes, no ano seguinte.

Raphaël Glucksmann, fundador do Praça Pública (próximo do PSF)

Raphaël Glucksmann, 44 anos, fundador do partido Praça Pública, aliado do Partido Socialista Francês (PSF), encabeçou a lista de candidatos socialistas às eleições europeias do início de Junho. Obteve cerca de 14% dos votos, logo a seguir ao Juntos de Macron, o que foi considerado um sinal de renascimento de um partido que governou a França nas décadas passadas, mas que tinha caído no esquecimento eleitoral.

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Glucksmann frequentou escolas de prestígio e fez carreira no jornalismo e na radiodifusão antes de se dedicar a várias funções, incluindo a de conselheiro do então Presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili. Defende um forte apoio europeu à Ucrânia na sua resistência à invasão russa.

Laurent Berger, antigo dirigente sindical do CFDT

Laurent Berger, 55 anos, é um antigo dirigente de um dos principais sindicatos franceses, o moderado CFDT. Tem um historial de forte oposição à UN.

Berger disse que não quer ser primeiro-ministro, mas outras pessoas da esquerda propuseram o seu nome, dizendo que ele poderia ser uma figura unificadora e uma alternativa popular a Mélenchon.

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