Cientistas chineses identificam super-musgo capaz de “sobreviver” em Marte

O musgo é apresentado como um exemplo de resiliência ambiental e pode ser encontrado em Xinjiang, no Tibete, num deserto californiano, no Médio Oriente e nas regiões polares.

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A Syntrichia caninervis é uma espécie de musgo do deserto distribuída por todo o mundo USDA-NRCS PLANTS Database /Wikipédia
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Cientistas identificaram uma espécie de musgo do deserto super-resistente na região ocidental chinesa de Xinjiang que poderá ajudar a sustentar possíveis colónias em Marte, segundo um estudo da Academia Chinesa de Ciências. Quando submetido a condições que simulam o ambiente em Marte, o musgo - Syntrichia caninervis - foi capaz de suportar secura extrema, temperaturas ultra-baixas e radiação, disse a academia num artigo de investigação publicado na revista The Innovation na semana passada.

O musgo pode servir de "base para o estabelecimento e manutenção do ecossistema, contribuindo para a produção de oxigénio, sequestro de carbono e fertilidade do solo", referem os investigadores no estudo, publicado a 1 de Julho.

"Pode ajudar a impulsionar os processos atmosféricos, geológicos e ecológicos necessários para outras plantas e animais superiores, ao mesmo tempo que facilita a criação de novos ambientes habitáveis propícios à fixação humana a longo prazo", acrescenta o estudo.

Na investigação, os cientistas descobriram que, mesmo depois de perder mais de 98% do seu conteúdo de água celular, o musgo foi capaz de recuperar as actividades fotossintéticas e fisiológicas poucos segundos depois de ser hidratado.

Quando intacta, a planta pode também tolerar temperaturas ultra baixas e regenerar-se depois de ser armazenada num congelador a menos 80 graus Celsius (menos 112 Fahrenheit) durante cinco anos ou em nitrogénio líquido durante um mês. O musgo pode ser encontrado em Xinjiang, no Tibete, num deserto californiano, no Médio Oriente e nas regiões polares.

A corrida ao espaço tem levado a China e os Estados Unidos a lançarem planos de exploração nos últimos anos. As missões chinesas incluem o lançamento da sonda de asteróides próximos da Terra Tianwen-2, no próximo ano, e da Tianwen-3, por volta de 2030, para trazer amostras de Marte. No mês passado, a China recolheu amostras do lado mais afastado da Lua.

Nos Estados Unidos, a NASA elaborou um plano de 20 anos para Marte, procurando saber se o planeta vermelho é habitável para os seres humanos.

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