Rocha aponta IL contra “colectivismos, gavetas, etiquetas ou rótulos”

O líder da Iniciativa Liberal elogiou o percurso do partido que “em tão pouco tempo” chegou a todos os parlamentos.

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Rui Rocha, presidente do partido Iniciativa Liberal, intervém durante a 8ª convenção do partido MANUEL FERNANDO ARAUJO / LUSA
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O presidente liberal destacou que a IL é o único partido que "em todas as eleições nacionais teve sempre crescimento do número de votos", assegurando ser a força política "da liberdade individual" e contra colectivismos, gavetas, etiquetas ou rótulos.

Na primeira intervenção desde o púlpito na VIII Convenção Nacional da IL, que decorre até domingo em Santa Maria da Feira sob o lema "Sempre a Crescer", Rui Rocha recordou o percurso do partido que "em tão pouco tempo" chegou a todos os parlamentos e considerou que para esse trabalho "é preciso que a mão invisível exista, mas que a mão na massa também se ponha".

Nesta reunião magna não haverá mudança de liderança e está em discussão a alteração aos estatutos e ao programa político, este último que fará uma afirmação "muito mais enfática" de que a "IL é o partido da liberdade". "Somos o partido da liberdade individual. Contra os colectivismos, contra as gavetas, contra as etiquetas, contra os rótulos, contra as formas de catalogar pessoas que são inaceitáveis e que nós vamos sempre combater", defendeu.

Oposição interna pede "coerência"

Já a oposição interna pediu coerência na acção interna e externa no debate sobre os estatutos do partido, com os representantes da proposta do Conselho Nacional a rejeitarem a ideia de concorrência interna.

"Eu quero, e acredito que todos nós queremos, um partido mais liberal. O que defendemos para o país temos de defender para o partido", disse o militante da oposição Hugo Condessa na apresentação da proposta denominada "Estatutos + Liberais", assinada por 211 membros da IL, entre os quais o ex-candidato às presidenciais Tiago Mayan Gonçalves e o primeiro presidente do partido, Miguel Ferreira da Silva.

O militante da IL afirmou ainda esperar que o "processo de revisão estatutária fosse verdadeiramente participativo, colaborativo, aberto, plural, marcado por uma tentativa alargada de consenso", mas "isso não veio a acontecer".

Como exemplos, defendeu a descentralização interna "tal como defende para o país", dotando os núcleos "de capacidade e recursos para a acção política local", sem condicionamentos, "subserviência" ou imposições de fora, para que "não sejam uma mera correia de transmissão dos órgãos nacionais".

Hugo Condessa pediu ainda "um partido mais representativo", em que qualquer militante possa apresentar uma candidatura a um órgão interno "sem ter de passar por uma lista fechada ou ter os contactos certos no núcleo A ou B".

Já Miguel Barbosa, que apresentou a proposta de alteração dos estatutos do Conselho Nacional, disse que os estatutos não podem tratar ninguém como inimigo, afirmando que a concorrência não está no interior do partido.

"A nossa concorrência não está aqui. Está lá fora. Provavelmente ávida que nos limitássemos nós, já que continuamos a crescer contra a sua vontade", afirmou.

Referiu ainda que a proposta de estatutos do Conselho Nacional pretende permitir e promover o crescimento do partido com "uma base sólida, competente, científica e credível para permitir que as decisões livres e esclarecedoras de todos prevaleçam sempre", sem rasgar com o passado, mas reconhecendo as suas insuficiências e se projecte melhor para o futuro.

O objectivo, segundo Miguel Barbosa, é tornar o partido "ágil nos processos, adequando as suas estruturas à realidade de uma forma clara e responsável, com rigor de prever tudo quanto precisamos e nada mais e garantindo tal como hoje que a vontade desta sala seja sempre quem mais ordena".

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