Rui Rocha diz que IL vai sair mais reforçada após convenção, Cotrim espera “maturidade”

O encontro, que não mudará nada na liderança dos liberais, esteve marcado para Dezembro, mas foi adiado devido às eleições legislativas antecipadas.

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O eurodeputado João Cotrim de Figueiredo cumprimenta o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, durante a VIII Convenção Nacional do partido MANUEL FERNANDO ARAUJO / LUSA
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O líder da Iniciativa Liberal (IL) disse este sábado não temer divisões internas na convenção nacional do partido que irá aprovar os estatutos e programa político, alegando que, seja qual for o resultado da reunião magna, o partido sairá reforçado. "O que acontecer, seja lá o que for, vai ser sempre bom para o partido e vai dar mais energia àqueles que o dirigem, neste momento, para combaterem politicamente e para afirmarem as ideias liberais", declarou o líder da IL, Rui Rocha, à entrada para a convenção que se iniciou às 11h52 e vai decorrer até domingo no Europarque, em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.

O presidente dos liberais considerou que a convenção nacional é um "momento de afirmação" do partido que servirá para discutir instrumentos importantes para que essa afirmação se faça.

O objectivo é "um partido mais ágil, com um programa político mais adequado aos tempos que vivemos e à própria natureza e crescimento que o partido teve nos últimos anos", acrescentou.

"O partido teve uma trajectória de crescimento e os instrumentos que existem hoje em dia já não são adequados a potenciar o partido no país e a capacitar o partido para fazer mais combate politico e a continuar a trajectória de crescimento", disse Rui Rocha.

O presidente da IL referiu, contudo, que caso não haja uma alteração aos estatutos, isso não inviabilizará o crescimento do partido. "Entendo que seria desejável evoluirmos para uma versão dos estatutos mais ágil. Se os membros por acaso assim não entenderem, estes estatutos não são impeditivos do crescimento da Iniciativa Liberal e os factos provam-no", afirmou.

Rui Rocha disse ainda não temer um cenário de divisão interna, tendo em conta a existência de duas propostas de alteração dos estatutos, uma apresentada pelo Conselho Nacional da IL e uma outra dos opositores internos, afirmando gostar de "concorrência, de discussão".

"Os unanimismos num partido liberal são algo que por natureza não faz sentido. Portanto, todos os contributos que sejam determinados pelo interesse em promover a discussão no partido, em criar visões alternativas que sejam fundamentadas são bem-vindas, porque trazem diversidade de opinião ao partido", afirmou.

Independentemente do resultado que possa sair do congresso e da intensidade da discussão que haja, o presidente da IL disse que na segunda-feira estará à frente do partido com "a mesma intensidade e com energia redobrada", porque o partido sairá reforçado.

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A Convenção Nacional da IL decorre a partir deste sábado e até domingo em Santa Maria da Feira com a participação de cerca de mil membros Manuel Fernando Araujo/LUSA

Cotrim espera "maturidade" de "partido médio"

Também o eurodeputado eleito e ex-presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, disse à chegada que espera uma afirmação de maturidade da IL como "partido médio". "Espero que seja uma afirmação, mais uma vez, da nossa capacidade, de nos prepararmos agora para uma fase seguinte, que já não é de partido pequeno, é de partido médio que se tem de organizar, obviamente, internamente e externamente para o fazer. Portanto, é uma afirmação de crescimento e, já agora, de maturidade", afirmou.

"Tem que apelar à racionalidade das pessoas e tem que apelar também à sua emoção, ao seu sentimento, e no caso concreto de um partido político, tem que saber explicar que aquilo que pode acontecer no futuro é bastante mais interessante e bastante mais atractivo do que aconteceu no passado", defendeu.

Questionado sobre as diferentes tendências internas, espelhadas por propostas diferentes para a alteração aos estatutos que irá a votos na convenção, Cotrim Figueiredo rejeitou um cenário de "desunião". "Sinto e sabemos todos que há opiniões diferentes sobre alguns dos temas que vão estar aqui em discussão. Isso não é desunião, isso é discussão, debate, pluralidade. Não vejo qualquer problema nisso", sustentou.

João Cotrim Figueiredo admitiu, porém, que a alteração dos estatutos "têm uma bitola de aprovação de dois terços, que é particularmente difícil". "Por isso, não sei se dá para tirar umas ilações tão claras como seria o caso se fosse apenas uma maioria simples", afirmou.