BE e PAN alertam que ascensão da extrema-direita põe em risco direitos das pessoas LBGTI+

Os dois partidos marcaram presença na 25.ª Marcha do Orgulho LGBTI+, que juntou milhares de pessoas em Lisboa este sábado.

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A marcha deste sábado contou com milhares de participantes Nuno Ferreira Santos
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A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, e a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, consideraram hoje que a ascensão da extrema-direita pode pôr em risco os direitos das pessoas LGBTI+. As duas líderes partidárias marcaram este sábado presença na 25.ª Marcha do Orgulho LGBTI+, que juntou milhares de pessoas em Lisboa.

"Estas marchas celebram muito o que foi possível fazer até aqui, celebram os direitos que conquistámos, a liberdade que conquistámos, mas fazem-nos lembrar que essa conquista não é garantida e há sempre quem queira ameaçá-la. E é por isso que hoje, quando cresce a extrema-direita, é tão importante que milhares de pessoas saiam à rua para dizer nós somos a maioria, nós temos a maioria das pessoas que querem um país livre, um país tolerante, um país que acolhe, um país de todas as cores, onde somos todos diferentes, e é daí que vem a nossa riqueza", afirmou a coordenadora do BE.

A bloquista defendeu que "as marchas do orgulho têm-se transformado ao longo dos últimos anos nas mais belas manifestações pela liberdade", em que "a rua enche-se de milhares de pessoas que querem estar na rua para afirmar isso mesmo, a liberdade de amar, de poderem viver como são".

Mariana Mortágua assinalou que este evento é também anti-racista e pela igualdade, constituindo "um dos maiores símbolos de esperança" e uma "enorme demonstração de determinação e de esperança" contra "as sombras da extrema-direita que vão crescendo um pouco por todo o lado". A Marcha do Orgulho "representa um país que acolhe, que celebra a igualdade, que celebra a diversidade e o respeito por cada pessoa de viver como quer, como escolhe e como é", referiu a líder do Bloco de Esquerda.

"É em nome dessa alegria e dessa liberdade que estamos aqui e é por isso que estas marchas são sempre tão bonitas e tão emocionantes. E é por isso que hoje, nos 50 anos do 25 de Abril, nos 25 anos da marcha, mais do que outra coisa, esta marcha é uma manifestação pela liberdade, mas é um ato de esperança", defendeu Mariana Mortágua.

A porta-voz do PAN afirmou que nos 50 anos do 25 de Abril "pintar a Avenida da Liberdade das cores do arco-íris é de facto muito importante".

"Nós não nos podemos esquecer que, apesar dos valores fundamentais que nos levaram ao 25 de Abril, há muitos direitos, liberdades e garantias que estão por cumprir", salientou Inês de Sousa Real, referindo que "no caso das pessoas LGBTIQA+, há muita forma de discriminação".

A deputada única do partido Pessoas-Animais-Natureza defendeu também que é necessário garantir que, "face à ascensão da extrema-direita, não existe o risco de ver retroceder os direitos, quer em relação ao casamento homossexual, quer em relação à adopção, ou até mesmo naquilo que possam ser factores de acesso a tratamentos médicos, em particular das pessoas trans".

Inês de Sousa Real considerou que esta iniciativa que juntou milhares de pessoas e arrancou da Praça Marquês de Pombal em direcção ao Terreiro do Paço, "é, de facto, muito especial e demonstra que a sociedade civil está viva, está desperta para os direitos das pessoas LGBTI e que, claramente, hoje a liberdade também se pinta de arco-íris".

"Precisamos de garantir uma sociedade plural, uma sociedade que respeite os direitos de todas as pessoas e em que seja possível amar quem se quiser, ser aquilo que se quiser ser, porque não nos podemos esquecer que o direito de identidade de género não é um mero conceito como procuram fazer crer as forças políticas que são anti-direitos humanos, é sim uma liberdade fundamental, um direito fundamental que seria impensável negar nos 50 anos de 25 de Abril", salientou.