Reportagem “Ao fim de 40 anos, Vicente não queria sair da prisão” vence prémio da AMI
Trabalho dos jornalistas do PÚBLICO Ana Cristina Pereira e Paulo Pimenta foi novamente distinguido, desta feita pela AMI, na categoria imprensa escrita.
O Prémio AMI – Jornalismo Contra a Indiferença foi entregue nesta quarta-feira de manhã, em Lisboa, e o trabalho de reportagem “Ao fim de 40 anos, Vicente não queria sair da prisão” arrecadou o primeiro lugar na categoria imprensa escrita. Este artigo — que na última semana recebeu também o prémio Jornalismo em Saúde, na categoria Saúde Mental, atribuído pelo Clube de Jornalistas e pela Apifarma — foi escrito por Ana Cristina Pereira e tem fotos de Paulo Pimenta, ambos do PÚBLICO.
Na sua nota, o júri começou por notar que o trabalho "acompanha vários momentos da vida de Vicente", que esteve em reclusão quase 40 anos, na clínica psiquiátrica do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos. "A forma como a história é construída e contada demonstra várias falhas do sistema e como uma decisão da nova lei da saúde mental lhe mudou a vida e deu a sentir o sabor da liberdade. Ana Cristina Pereira conseguiu retratar todos estes momentos de forma sensível, respeitosa e pungente.”
Na cerimónia, que decorreu na sede do Sindicato de Jornalistas, em Lisboa, foram ainda atribuídos prémios a um trabalho de Susana André, da SIC ("Crimes em Claro"), e a outro de Filipe Santa Bárbara, da TSF ("Violeta"), nas categorias televisão e rádio, respectivamente.
Este prémio vai na sua 26.ª edição. Em 2024 apresentou-se com um modelo renovado, dividindo-se agora em quatro categorias: imprensa escrita, televisão, rádio e multimédia.
A AMI distinguiu com uma menção honrosa, na categoria multimédia, a série especial “Portugueses ciganos – uma história com cinco séculos", com textos de Ana Cristina Pereira, infografias de Francisco Lopes, José Alves e Cátia Mendonça, fotografia de Paulo Pimenta e vídeo de Teresa Miranda.
Neste caso, o júri concluiu que esta série "pode ser considerada um documento histórico, dada a forma como agrega a informação sobre uma das comunidades mais ostracizadas em Portugal". E considerou que está "muito bem escrito e editado, graficamente apelativo”.
O trabalho sobre os portugueses ciganos, composto por cinco capítulos, foi finalista do True Story Award, um prémio mundial de jornalismo que tem em conta apenas o texto. Nessa ocasião, o júri fez referência ao crescimento de “um clima de discriminação e preconceito em relação à comunidade cigana” e declarou que este trabalho “empreende um percurso sem precedentes das origens à actualidade desta ‘cultura de resistência’”.
O mesmo trabalho conquistou cinco prémios de excelência no European Newspaper Award: quatro de Multimedia storytelling e um de Infographics online/animated infographics. E um prémio de excelência no Society for News Design.
Na mesma edição do Prémio AMI - jornalismo contra a indiferença, foram atribuídas menções honrosas a um trabalho de Céu Neves (Diário de Notícias) sobre o tráfico de pessoas e a uma reportagem de Ana Tulha (texto) e Leonel de Castro (fotos) intitulado “O cancro tem latitude e longitude” (Notícias Magazine).
Veja aqui os trabalhos do PÚBLICO que foram distinguidos pela AMI: