Amnistia Internacional alerta para risco de jovens acederem a conteúdos nocivos no TikTok

Organização alerta que crianças e jovens que têm conteúdos relacionados com saúde mental no ’feed’ podem ser aliciados a ver mais vídeos que incentivam pensamentos depressivos e de automutilação.

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Amnistia Internacional assinala que "a forma intrusiva de privacidade do TikTok para gerar lucro rastreia tudo o que o utilizador faz na plataforma para recolher informações sobre os seus comportamentos" Diogo Ventura
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A Amnistia Internacional (AI) advertiu esta quarta-feira que a plataforma de vídeos TikTok "está a tornar-se um espaço cada vez mais tóxico e viciante", potenciando o risco de os jovens acederem a conteúdos depressivos e relacionados com a automutilação.

"O TikTok comercializa-se como uma plataforma 'online' de entretenimento, criatividade e comunidade, mas está a tornar-se um espaço cada vez mais tóxico e viciante, o que pode ter impacto na autoimagem, na saúde mental e no bem-estar dos utilizadores mais jovens, correndo o risco de os fazer cair nas armadilhas de conteúdos depressivos e relacionados com a automutilação", alerta a AI em comunicado.

Segundo a AI, organização não-governamental de defesa dos direitos humanos, as crianças e os jovens "que têm conteúdos relacionados com a saúde mental no 'feed' [For you, Para ti] do TikTok podem também ser aliciados a ver mais vídeos que discutem, romantizam e incentivam pensamentos depressivos, automutilação e suicídio".

A AI assinala que "a forma intrusiva de privacidade do TikTok para gerar lucro rastreia tudo o que o utilizador faz na plataforma para recolher informações sobre os seus comportamentos", procurando "prever os seus interesses, estado emocional e bem-estar".

"A plataforma faz estas previsões para mostrar ao utilizador conteúdos mais 'personalizados' no seu "feed For you" para que este continue a navegar de forma viciante - mesmo que os conteúdos sejam prejudiciais - e para que o TikTok possa direccioná-lo para anúncios a fim de gerar mais dinheiro", avisa a organização.

A Amnistia Internacional defende por isso medidas de protecção mais eficazes, nomeadamente para impedir que "utilizadores em risco caiam em padrões de utilização viciantes e em armadilhas de conteúdos perigosos e nocivos".

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