Albuquerque critica irresponsabilidade do PS e do JPP ao recusarem dialogar

Após as reuniões, os deputados únicos do PAN e da IL já deram por concluídas as negociações, depois de terem acordado as medidas a integrar.

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Miguel Albuquerque HOMEM DE GOUVEIA / LUSA
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O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, acusou este sábado o PS e o JPP de "total irresponsabilidade”, por se recusarem a dialogar para consensualizar um programa de governo para a região.

“Queria sublinhar é a circunstância do Chega, ao contrário do PS e do JPP que tiveram uma atitude de total irresponsabilidade, os tais que falavam tanto do diálogo, que as maiorias absolutas eram nefastas (…), quando o resultado eleitoral transforma o quadro político numa necessidade de diálogo, são os primeiros a recusar o diálogo ao nem sequer se sentarem com o partido vencedor para discutir um conjunto de propostas de interesse público”, disse o chefe do executivo madeirense.

Miguel Albuquerque falava aos jornalistas à margem da visita que efectuou ao campo de golfe da Ponta do Pargo, no concelho da Calheta, que representa um investimento de 12ME, um espaço que, disse, “coloca na zona oeste como polo de grande actratividade” e será “uma dos mais actrativos da Europa”, porque se localiza junto a uma falésia e “irá trazer milhares e milhares de praticantes à Madeira”.

Questionado sobre as reuniões que decorrem ainda entre o Governo Regional e o Chega para consensualizar um programa de governo, visto que o partido insiste no afastamento de Miguel Albuquerque do cargo, o governante madeirense reforçou que estão “concentrados na resolução deste problema”.

“Eu tenho que sublinhar que, quer o CDS, quer a IL, quer o PAN, quer o Chega tiveram uma atitude de responsabilidade democrática, de humildade democrática, para se sentarem à mesa das negociações e conversarem relativamente a um programa que é de interesse público”, opinou.

Na segunda-feira, o Governo Regional, representado pelos secretários da Educação (Jorge Carvalho) e das Finanças (Rogério Gouveia), e pelo chefe de gabinete do presidente do executivo insular, Rui Abreu, tem mantido reuniões com os deputados do PAN, IL, CDS-PP e Chega, para consensualizar medidas para o Programa do Governo.

Os outros partidos com assento parlamentar, PS e JPP, rejeitaram o convite, para negociar a aprovação deste documento, o que inviabiliza também um Orçamento Regional, obrigando a região a ser gerida com um regime de duodécimos.

Esta ronda surgiu depois de na passada semana o presidente do Executivo Regional ter decidido retirar a proposta de Programa de Governo que estava a ser discutida há dois dias na Assembleia Legislativa da Madeira, porque tinha chumbo anunciado, depois de ter falhado uma ronda de reuniões com diversos partidos.

O PS, o JPP e o Chega que somam 24 deputados num universo de 47 elementos que compõem o parlamento madeirense (o que significa uma maioria absoluta), mantiveram que iriam votar contra a proposta no dia seguinte.

Após as reuniões, os deputados únicos do PAN e da IL já deram por concluídas as negociações, depois de terem acordado as medidas a integrar.

O liberal Nuno Morna anunciou que vai abster-se, enquanto a deputada do Pessoas-Animais-Natureza, Mónica Freitas, indicou que vai viabilizar o programa, dependendo o se sentido do voto da proposta.

O CDS-PP, que tem dois deputados, celebrou um acordo de incidência parlamentar com o PSD depois das eleições.

Hoje, Miguel Albuquerque insistiu que “o problema é simples”, sendo necessário “entender qual a vontade da população da Madeira e Porto Santo”.

Para o líder regional, “o que as pessoas querem e ver a sua vida resolvida, querem um Programa de Governo, querem um Orçamento porque sabem, e bem, porque têm a sabedoria popular, que o pior que pode acontecer é ficarmos numa situação política de impasse que tem consequências na economia e no rendimento dos cidadãos e no emprego”.

Sobre o facto de não estar presente nas negociações, opinou que “está tudo a decorrer conforme está determinado”

Nas eleições regionais antecipadas de 26 de Maio, o PSD elegeu 19 deputados, ficando a cinco mandatos de conseguir a maioria absoluta (para a qual são necessários 24), o PS conseguiu 11, o JPP nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a IL e o PAN elegeram um deputado cada.

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