Tradição e modernidade em Seul

A capital da Coreia do Sul surge-nos como uma gigantesca cidade, combinando o frenesim das grandes e populosas urbes com a meditação e com a tradição oriental, escreve o leitor Pedro Mota Curto.

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Em Seul, os restaurantes abundam e os preços são acessíveis Pedro Mota Curto
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De Osaka a Seul, o voo é rápido e confortável. Ao aterrar, deparamo-nos com um monumental aeroporto, prático, simples e eficaz, constatando, mais uma vez, que o passaporte português é realmente um dos melhores do mundo, electrónico, fiável, confiante, e que nos proporciona fácil entrada em qualquer país deste planeta.

Seul, capital da Coreia do Sul desde 1394, surge-nos como uma gigantesca cidade, combinando o frenesim das grandes e populosas urbes com a meditação e com a tradição oriental, denotando enorme influência budista.

Caminhando pelas enormes avenidas, repletas de milhares de pessoas e automóveis, abundam as lojas e os restaurantes, onde não faltam os clientes. No meio deste bulício, surgem templos, palácios e jardins monumentais, locais onde se pode passear, longamente, esquecendo a cidade que abandonámos após a entrada nestes locais históricos, religiosos, imperiais, onde é a natureza que impera, com os seus relvados, jardins infinitos e bem cuidados, pequenas pontes, lagos, templos, palácios, no meio de um ambiente silencioso e profundamente espiritual, ou não estivéssemos nós no Extremo Oriente.

O metro é uma boa alternativa para minimizar distâncias e encontrar rapidamente os locais pretendidos, pois a oferta é vasta. De início, parece um pouco confuso, mas depois torna-se simples, prático e eficiente. Adquirir um passe, que se vai recarregando, é uma opção recomendada.

No Verão, há o problema dos tufões, que, por vezes, se deslocam de sul para norte. É só esperar que passe a chuva e o vento intenso. Nada que não se resolva com uma viagem de metro e um dia passado no belíssimo e moderno Museu Nacional da Coreia. Nos seus três andares abundam os motivos de interesse, alguns muito diferentes do que estamos habituados, como exposições de pinturas antigas, exposições de caligrafia e uma extraordinária secção de seculares esculturas budistas. A não perder.

A culinária é excelente, com destaque para as carnes grelhadas, os noodles e as diversas sugestões da maravilhosa comida local. Os restaurantes abundam e os preços são acessíveis. Claro que convém aprender a utilizar os fachis (vulgo pauzinhos), caso contrário terão que degustar qualquer refeição, apenas com uma colher, o que no caso das carnes grelhadas, na própria mesa, não dá assim muito jeito. Se a ementa não tiver uma versão em inglês, há ementas com grandes fotografias dos pratos. Nalguns restaurantes, na montra, existem reproduções, em plástico colorido, das diversas opções que constam da ementa.

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Changdeokgung e Changgyeonggung são dois dos cinco palácios reais, existentes no centro de Seul. Ambos foram construídos no século XV e constituem visita obrigatória para qualquer viajante. Com os seus vastos jardins, edifícios e templos, necessitam de algumas horas para serem explorados. Mas vale bem a pena.

Actualmente, já quase não existem, em Seul, as tradicionais casas de madeira. No entanto, há um bairro, Bukchon Hanok Village, que foi integralmente reconstruído, recuperando essas casas seculares e tradicionais. Este é um local de visita obrigatória, onde, também se encontram diversas pequenas lojas e minúsculos cafés, que nos obrigam a parar, descansar e conversar com os coreanos, sempre amáveis, prestáveis e cordiais.

Pedro Mota Curto (texto e fotos)

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