Suíça e Itália acertam relógio dos “quartos” ao ínfimo minuto

Seleccionador helvético desafia campeões europeus, que não soube evitar com o empate cedido frente à Alemanha.

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Murat Yakin, seleccionador da Suíça, desafia os campeões europeus PETER KLAUNZER / EPA
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Três anos depois do último confronto entre Suíça e Itália, que os “azzurri” venceram tranquilamente por 3-0 rumo ao título de campeões europeus de 2020, os vizinhos alpinos medem forças esta tarde (17h, SPTV1) em Berlim, no mesmo estádio que servirá de palco à grande final de 14 de Julho.

Desde esse jogo disputado no Olímpico de Roma, muita coisa mudou. A começar pelos seleccionadores.

Na Suíça surge agora ao leme Murat Yakin, antigo defesa central de origens turcas nascido há 49 anos em Basileia. Na abordagem a este primeiro jogo dos oitavos-de-final, Murat Yakin, que construiu uma sólida carreira de futebolista em clubes da Suíça, Alemanha e Turquia — tendo representado a selecção helvética em 47 partidas — optou pela provocação, afirmando que serão os italianos, actuais campeões europeus, a ter motivos de inquietação.

“Não queremos preocupar-nos muito com a Itália. Na realidade, é o inverso. A Itália é que precisa de preocupar-se connosco”, atirou, confiante na intensidade e na imprevisibilidade do jogo suíço... que esteve a escassos minutos de sujeitar a Alemanha a uma inesperada derrota na fase de grupos.

Murat Yakin terá, certamente, pesado as palavras antes de acicatar uma daquelas equipas que ninguém quer defrontar antes da final. A avaliação feita ao futebol desinspirado apresentado pela selecção de Luciano Spalletti, que garantiu no último instante o segundo lugar do grupo da morte, dominado pela Espanha, poderá ter aconselhado uma abordagem mais agressiva do ponto de vista comunicacional.

Murat Yakin esqueceu, contudo, o seu próprio discurso no final do jogo com a Alemanha, em que admitiu ser sempre ingrato e “difícil defrontar adversários destes”... que só precisam de um descuido para imporem a lei do mais forte.

E se a Itália evitou mesmo ao soar do gongo do jogo com a Croácia a angústia de apurar-se como um dos quatro terceiros melhores da fase de grupos, a Suíça deveria saber que foi também no período de compensação que falhou o primeiro lugar do Grupo A e, com isso, um encontro teoricamente mais acessível com a Dinamarca.

Agora é tarde, apesar da forte argumentação de Granit Xhaka:o “capitão” suíço, campeão e vencedor da Taça da Alemanha pelo Leverkusen, lembra o “scudetto” de Yann Sommer, pelo Inter de Milão, e o título de Akanji na Premier League, com o Manchester City, razões suficientes para não se deixarem intimidar.

Falta saber se o cinismo da “squadra azzurra” se deixa impressionar ou se o favoritismo que El Shaarawy reclama para os italianos, detentores do título, será suficiente para remeter a Suíça a ao silêncio.

“Somos campeões e nunca é fácil jogar contra esta selecção”, adverte o avançado da Roma, que ainda não se estreou na Alemanha, nem joga pela “azzurra” desde Novembro.

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