Romain Bardet entrou à frente no seu último Tour

Francês é o primeiro camisola amarela na Volta à França em bicicleta.

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Van den Broek e Bardet na meta em Rimini Stephane Mahe / REUTERS
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Na última década, Romain Bardet foi uma das grandes esperanças francesas para ganhar o Tour. Nunca o conseguiu, apesar de ter terminado seis vezes no top 10, incluindo um 2.º lugar e um 3.º (os dois em anos de vitória de Chris Froome), e nunca vestira um único dia a camisola amarela. Essa esperança perdeu força nos últimos anos e Bardet (PostNL) já não terá ilusão de ganhar, mas, pelo menos por um dia (e serão mais), o veterano ciclista francês vai estar na frente. No primeiro dia da sua última Volta à França em bicicleta, Bardet cumpriu esse sonho, puxado até à meta por um colega de equipa que estava a pedalar no Tour pela primeira vez.

Num primeiro dia sem prólogos ou contra-relógios, com dificuldades de montanha (nada menos que sete contagens), o pelotão arrancou de Florença e, mais de cinco horas depois, chegou a Rimini, cidade costeira do Adriático (e terra natal de Fellini). Entre a partida e a chegada, ataques e contra-ataques a fragmentarem o pelotão, e deixaram Bardet e Frank Van den Broek, o seu jovem colega neerlandês. O estreante puxou pelo veterano e ambos foram mantendo o pelotão à distância à medida que se aproximavam de Rimini.

Nos últimos metros, homens como Wout van Aert (Visma) e Tadej Pogacar (Emirates) bem tentaram aproximar-se, mas o entendimento do duo da frente foi perfeito e Bardet conseguiu mesmo se o primeiro a cortar a meta, com Broek ao lado, com o pelotão a chegar cinco segundos depois. “Não tinha esperança nenhuma de que isto ia correr bem”, disse o ciclista francês após o final da etapa. “Não conhecia o percurso muito bem, mas o Frank estava muito forte e achei que não tínhamos nada a perder”, reforçou.

Esta foi a quarta vitória em etapas para Bardet, ele que já venceu o primeiro da montanha em 2019 e ficou com o prémio da combatividade em 2015. Esta foi a primeira vez que conseguiu ficar com a camisola amarela, ele que se vai retirar no final da época. “Era um dos objectivos eu tinha para a minha carreira. Estive muitas vezes perto, mas nunca tinha conseguido”, disse.

Num dia em que apenas desistiu um dos 176 ciclistas que alinharam à partida (Michele Gazzoli, da Astana), dois dos três portugueses presentes chegaram integrados no primeiro pelotão que terminou a cinco segundos, Rui Costa (Education First) no 39.º, e João Almeida (Emirates) no 43.º, enquanto Nelson Oliveira (Movistar) chegou mais atrasado – 64.º, a 18m46s.

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